Há grande discussão sobre o chamado “tarifaço” aplicado pelos EUA aos produtos brasileiros, com diversos questionamentos e críticas, tanto aos Estados Unidos quanto ao Governo Brasileiro, pela forma de condução diplomática da situação.
Contudo, para além da polarização política que tomou conta dessa discussão, é fundamental entender que os EUA aplicaram tarifas a todos os países do mundo. Porém, em sua grande maioria, esses países negociaram acordos para redução das tarifas — como é o caso do Japão, que hoje conta com uma tarifa de apenas 15%, entre outros.
> Siga nosso canal no WhatsApp e receba as notícias do TVBV Online em primeira mão
Dessa forma, ao se discutir as tarifas comerciais entre Brasil e Estados Unidos, é importante reconhecer um ponto essencial: o Brasil sempre cobrou impostos e tarifas sobre produtos americanos. Isso não é uma medida recente, nem específica contra os EUA, mas parte de uma política comercial consolidada e aplicada a praticamente todos os países fora de acordos preferenciais, como o Mercosul.
Produtos importados dos Estados Unidos enfrentam uma carga tributária elevada no Brasil há décadas. Essa carga é composta por uma combinação de impostos federais, estaduais e taxas, incluindo:
Imposto de Importação (II): até 35% para veículos, que é o teto permitido pela OMC;
IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados: varia conforme o tipo de produto, podendo chegar a 25%;
PIS/COFINS-Importação: cerca de 11,6% somados;
ICMS – Imposto Estadual: entre 12% e 18%, dependendo do estado.
Somados, esses tributos fazem com que o custo final de muitos produtos importados supere 60%, 80% ou até 100% do valor original. Isso se aplica, por exemplo, à importação de veículos, bebidas alcoólicas, eletrônicos de alto valor e itens de luxo, apesar de ter como objetivo a proteção industrial nacional, tal medida também impede o acesso da população, especialmente de baixa renda, a tecnologias e produtos diferenciados.
Abaixo, uma lista de alguns produtos importados dos EUA e suas respectivas cargas tributárias aproximadas:
- Automóveis e autopeças: carga tributária pode superar 100%.
- Eletrônicos de consumo (como telefones): carga tributária de 60% a 90%.
- Bebidas alcoólicas: carga tributária acima de 80%.
- Vestuário, calçados e artigos de luxo: carga tributária de até 100%.
- Equipamentos profissionais e tecnológicos (servidores, sistemas de áudio, drones etc.): carga tributária de 50% a 80%.
- Barcos, jetskis e aeronaves: carga tributária acima de 100%.
- Medicamentos: carga tributária de até 40%.
Portanto, embora seja comum ouvir críticas às tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros, é importante reconhecer que o Brasil também aplica tarifas significativas há muito tempo. A diferença é que, enquanto os EUA frequentemente adotam medidas pontuais, específicas e por vezes protecionistas contra setores estratégicos (como aço, etanol ou açúcar), o Brasil mantém uma política tributária mais ampla, baseada em regras multilaterais.
Esse cenário mostra que a discussão sobre “tarifas injustas” deve ser conduzida com equilíbrio e conhecimento dos dois lados, reconhecendo que nenhum país participa do comércio internacional sem algum grau de proteção ou interesse nacional envolvido.
Fotos: veja as condições em que eram mantidos mais de 70 cães
Caso veio a tona na última sexta-feira (8), quando a PM identificou as condições extremas de insalubridade e a presença de animais mortos no freezer; proprietário do terreno foi liberado da prisão
Nesta segunda-feira (11), a prefeitura de Biguaçu, na Grande Florianópolis, atua na limpeza de um terreno que foi alvo de uma grande operação da Polícia Militar de Santa Catarina nos últimos dias. Na sexta-feira (8), mais de 70 cães foram resgatados do sítio, localizado no bairro São Mateus, área rural, onde eram mantidos em condições de extrema insalubridade. Pelo chão, havia muita sujeira, comida podre e um grande acumulado de lixo. Os policiais ainda encontraram um freezer onde eram mantidos diversos animais mortos.
