Aliança por Floripa busca converter esmolas em doações para fundo privado voltado à capacitação profissional
Entidades empresariais de Florianópolis lançaram na manhã desta quarta-feira (8) uma frente de atuação voltada a reinserir pessoas em situação de rua no mercado de trabalho. As ações do projeto Aliança por Floripa serão financiadas por um fundo privado, abastecido com doações da comunidade e voltado à capacitação profissional, para que este público encontre novas oportunidades de vida.
A iniciativa foi idealizada pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) Florianópolis, pela Associação Empresarial de Florianópolis (ACIF) e pelo Conselho Comunitário de Segurança (Conseg), com apoio da Prefeitura da Capital. A proposta busca transformar a lógica da esmola em doações para inclusão social, estimulando o engajamento de empresas e cidadãos em prol de soluções estruturantes.
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Os recursos do fundo Aliança por Floripa serão aplicados inicialmente na contratação formal de 20 pessoas em situação de rua para atuarem em áreas estratégicas da cidade, como “zeladores” de espaços públicos pelo período inicial de 12 meses, além de dois educadores. Os zeladores serão responsáveis por cuidar da cidade através limpeza e conservação de espaços públicos e privados, jardinagem e manutenção paisagística de praças, recuperação de paredes e imóveis pichados e serviços de pintura.
Uma campanha de doações foi criada pelas entidades envolvidas para que as pessoas parem de dar esmola e destinem valores para o fundo da Aliança por Floripa. As doações podem ser realizadas diretamente no site do projeto, onde também será realizada a prestação de contas.
O encaminhamento das pessoas em situação de rua para o programa é realizado pelo projeto municipal Rumo Certo, e todo o trabalho será acompanhado por um comitê formado pelas entidades proponentes. Além disso, foi formado um comitê consultivo que conta com membros da Prefeitura de Florianópolis, do Ministério Público e do projeto Rumo Certo.
A iniciativa da Prefeitura será responsável por avaliar se os novos trabalhadores já estão aptos a serem encaminhados às vagas nas empresas parceiras. Os acolhidos têm direito a registro em carteira, 13º, FGTS, férias, plano odontológico, com todas as responsabilidades empregatícias, além de um alojamento na Passarela da Cidadania para que possam manter as condições básicas de higiene, sono e alimentação durante o projeto, até que possam se estruturar até conseguir uma moradia.
Iniciativa já começa a mudar vidas
A Aliança por Floripa conta com o engajamento da Prefeitura, que utiliza o aplicativo Acolher como ferramenta de diagnóstico social. Nos últimos 90 dias, 47 pessoas em situação de rua foram profissionalizadas por meio de programas municipais, e a expectativa é que a parceria com o setor produtivo amplie significativamente esse alcance.
Pessoas que há pouco tempo viviam nas ruas já começam um novo capítulo em suas histórias. É o caso de Francisco Dias Chaves, 50 anos, natural de Ametista do Sul (RS), mas mora em Florianópolis há 10 anos. “Fico muito feliz e orgulhoso com essa oportunidade e por fazer parte desse projeto”, declara. Carpinteiro de profissão, o integrante da iniciativa conta que estava na rua desde a pandemia. “Estar participando disso é um paraíso, muda tudo. Vamos lapidando, construindo, seguindo o nosso caminho, um caminho certo, e mostrando pro outro que é possível”, acrescenta
Elias Alves dos Santos, de 43 anos, está realizando curso de garçom e afirma que até a mente já está mudando. Natural de Fraiburgo (SC), chegou há quatro meses em Florianópolis, mas não encontrou as oportunidades que esperava. Ele também foi selecionado a partir do Rumo Certo para o Aliança por Floripa. “Estou fazendo esforço para mostrar pro pessoal, meus amigos, que estou correndo atrás, que estou tentando fazer a diferença. Inclusive, tem amigos da rua perguntando sobre os cursos, se tem para eles, pois estão querendo participar, mudar de vida, porque estão vendo que estou fazendo”, comenta.
O prefeito de Florianópolis, Topazio Neto, destacou que o projeto é o elo que faltava com o trabalho já feito com pessoas em situação de rua na Capital. “Nos últimos quatro meses, o projeto Rumo Certo empregou 56 pessoas. E agora tenho certeza que vamos ter muitas mais. É natural que as pessoas que estão buscando mudar de vida mirem as capitais dos estados, e muitas vêm e ficam na rua. Mas se você estica a mão, meia dúzia vai aceitar ajuda, vai querer emprego”, destacou.
Para o presidente da CDL Florianópolis, Eduardo Koerich, as entidades envolvidas querem ser parte ativa da mudança. “Como entidade que representa o comércio e os empresários locais, a CDL Florianópolis conhece profundamente a realidade da nossa cidade e dos que a movimentam diariamente. Temos buscado atuar como parceiros do poder público contribuindo com ações que gerem transformação social real, como a Aliança por Floripa, que se propõe a olhar para a base do problema e solucioná-lo por meio da profissionalização e da oportunidade de trabalho”, afirma.
“Quando o poder público e a iniciativa privada atuam juntos, o impacto é real e imediato na vida das pessoas. Essa parceria une quem quer ajudar com quem precisa de uma nova oportunidade, criando um ciclo de transformação social que incentiva e beneficia toda a cidade”, destaca Célio Bernardi, presidente da ACIF.
Jovem de 12 anos é atacado por colega com faca em escola
Incidente mobilizou os Bombeiros e a Polícia Militar; escola se manifestou sobre o caso
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