Reuniões ampliam articulação política e técnica, reforçam prioridades e pressionam o DNIT por soluções definitivas para o trecho urbano da BR-282 em Lages / Fotos: Nathalia Goulart Melo
A mobilização em torno das melhorias da BR-282 ganhou novo fôlego após a reunião realizada na CDL Lages, que reuniu lideranças políticas, empresariais e técnicas da Serra Catarinense. Estiveram presentes o deputado federal Pedro Uczai, a prefeita Carmen Zanotto, o deputado estadual Lucas Neves, vereadores, empresários e o superintendente do DNIT em Santa Catarina, Amauri Souza Lima. A pauta foi ampla e direta: os avanços dos projetos voltados ao trecho urbano de Lages e a necessidade de transformar estudos em obras concretas.
Priorização de lotes críticos
No encontro, foram destacados principalmente os lotes 7 e 8 do edital do DNIT, que abrangem integralmente o perímetro urbano lageano, incluindo o trecho próximo ao Shopping, considerado um dos pontos de maior risco e conflito viário da região. Também entrou em discussão o lote 9, que envolve a interseção da BR-282 com a BR-116, um dos trevos mais importantes e sensíveis para o fluxo regional. Houve consenso de que esses trechos devem ser tratados como prioridade absoluta.
Acessos prioritários
As lideranças locais aproveitaram a presença do superintendente do DNIT para reiterar a urgência de readequar diversos acessos críticos da rodovia. Foram citados o Parque Industrial Público, o trevo do Condomínio Aspen, os acessos a Otacílio Costa e ao Aeroporto de Lages, além do entorno do Shopping e da Havan, zonas que concentram grande fluxo de veículos e pedem intervenções definitivas. Também foram mencionados pontos como o acesso ao Salto Caveiras, a Avenida Ponte Grande e os entroncamentos de Bom Retiro e São José do Cerrito.
Compromisso orçamentário e técnico do DNIT
Amauri Souza Lima reforçou durante a reunião que o DNIT está acompanhando de perto as demandas da Serra e que o trabalho técnico para orientar as obras já está em andamento. Destacou ainda que a intenção do órgão é manter diálogo constante com as autoridades locais para que as futuras intervenções na rodovia atendam às necessidades reais da população e se integrem ao crescimento urbano de Lages.
Pressão política e institucional
A prefeita Carmen Zanotto fez questão de reforçar que as melhorias na BR-282 não são apenas uma demanda de mobilidade, mas uma questão de segurança pública e desenvolvimento econômico. Segundo ela, a infraestrutura da rodovia influencia diretamente a instalação de empresas, o escoamento da produção e a circulação de serviços essenciais. Sua fala foi acompanhada por apelos semelhantes de outras lideranças, reforçando que a união institucional é o único caminho para acelerar o processo.
Proposição de mobilização institucional
Ainda na reunião, ganhou força a proposta de criação de uma comitiva para ir a Brasília apresentar, de forma organizada, as prioridades da Serra ao Ministério dos Transportes. A prefeita sugeriu que o movimento inclua não só Lages, mas prefeitos de todos os municípios lindeiros à rodovia na região, criando um bloco de pressão política capaz de sensibilizar o governo federal e destravar recursos.
Avanços, riscos e o que ainda falta
A articulação vista na CDL foi significativa porque uniu, pela primeira vez em meses, todas as camadas de poder envolvidas no tema: municipal, estadual, federal e empresarial. A presença de Pedro Uczai, na condição de presidente do Fórum Parlamentar Catarinense, reforça que o assunto entrou definitivamente na agenda da bancada em Brasília. No entanto, há riscos evidentes: estudos podem avançar sem que as obras saiam do papel; soluções pontuais, como viadutos isolados, não podem substituir um planejamento integrado de terceira faixa, duplicação e vias marginais; e expectativas exageradas podem gerar frustrações se o cronograma real que envolve licenças, projetos executivos e orçamento não for respeitado.
Intenções em resultados
O momento exige que a mobilização seja formalizada em uma comissão efetiva; que a população tenha acesso transparente aos prazos e etapas; que o DNIT seja cobrado para entregar projetos integrados e não soluções fragmentadas; e que se crie um comitê local para acompanhar cada avanço. Enquanto isso, medidas temporárias de segurança no trecho crítico próximo à Avenida das Torres devem ser adotadas para reduzir riscos até que as obras definitivas avancem.
Por fim
A reunião na CDL não foi apenas mais uma agenda política, foi um passo importante para alinhar expectativas, estabelecer prioridades e criar um canal direto com o DNIT. Mas ainda é apenas o começo. A Serra Catarinense precisa agora transformar a articulação em execução, e a visita técnica em obra. A BR-282 é vital para o desenvolvimento regional e, se as lideranças mantiverem o ritmo e a união, a rodovia poderá finalmente avançar para um padrão de segurança e fluidez compatível com a importância que tem para Lages e para toda a região.
