O crime bárbaro que vitimou a jovem Catarina Kasten, de 31 anos, abalou Florianópolis. A jovem teve a vida ceifada por um estuprador, reincidente, na trilha de acesso à praia do Matadeiro, no Sul da Ilha. O assassinato da estudante de pós-graduação da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) trouxe novamente à tona o grave problema da violência contra a mulher, além disso resultou em uma série de protestos na cidade. Agora uma petição está sendo divulgada para que seja mudado o nome do local onde ocorreu o crime para “Praia da Catarina”. O que todos concordamos é de que a morte de Catarina não pode ficar impune ou ser apagada. Ela era uma mulher cheia de vida e espalhava o amor por onde passava. Mas, fica uma pergunta: O que este movimento vai trazer de ações efetivas para a segurança das pessoas e em especial das mulheres?
Mudar o nome da localidade é apagar uma história secular que vem desde as armações de pesca a baleia. Por isso, o nome Matadeiro, ou seja, era o local onde os mamíferos eram levados após serem caçados. A caça a baleia movimentou nossa economia e foi importante para cidade. Nossa sociedade evoluiu e esta prática não é mais uma realidade aceitável, contudo a história de homens, mulheres e famílias, que ajudaram a construir a cultura de nossa cidade não pode ser apagada. A história da caça a baleia não é devidamente aproveitada, principalmente por estarmos em uma cidade turística e pode ser um incremento para o setor, a exemplo que ocorre em outras partes do mundo.
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Imagine se cada localidade onde ocorreu uma tragédia recebesse o nome da vítima. O que temos na verdade, é sair do papel, é buscar mudanças que tragam segurança para as pessoas e em especial para as mulheres. Dentre elas, a instalação de câmeras com reconhecimento facial nos principais acessos da localidade e também em outros pontos do Sul da Ilha, como na Lagoinha do Leste, onde muitos criminosos já se refugiaram e onde ocorreram crimes graves. O reforço policial, o combate ao consumo de drogas e até a reabertura do posto da Polícia Militar, que foi fechado há mais de 15 anos, são outros pontos que devem ser revistos. Podemos ir além, a dor da morte da Katarina poderia ser revertida em ações em prol a vida com o apoio para mulheres vítimas de violência com a criação de uma ONG ou uma casa de acolhimento de vítimas de violência.
É revoltante saber que Catarina não está mais entre as pessoas que ela amava. Precisamos mantê-la viva em nossos corações e transformar essa perda em mudanças reais em nossa cidade. Que o amor que a jovem sempre espalhou seja o combustível de algo maior, que salve vidas, que promova a reconstrução, que traga segurança, pois apenas mudar o nome da praia é apenas lembrar de uma morte brutal. Quantas Catarinas precisarão serem mortas para que a política de segura pública seja mais eficaz nesses pontos de vulnerabilidade que as mulheres circulam?
Um Natal que costura histórias e ilumina encontros
As luzes do Natal iluminam muito mais que memórias, iluminam os caminhos onde a cidade volta a se reconhecer. Elas trazem de volta aquilo que o tempo guarda, mas nunca apaga. Essas luzes acendem no.





