11 de agosto de 2025
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Tecnologia

Fungo ‘zumbi’ pode ser usado para controle de pragas em lavouras de arroz

Foto: Eduardo Heickel / Epagri
Pesquisadores da Epagri analisam utilizar microrganismo como bioinsumo para substituir inseticidas

Pesquisadores da Estação Experimental da Epagri em Itajaí, no Litoral Norte, estão estudando utilizar um fungo para controle do percevejo do grão na cultura do arroz irrigado em Santa Catarina. O inseto é a maior praga das lavouras do tipo no estado, e o uso do fungo Beauveria tem potencial para reduzir o custo de produção, melhorar a qualidade e reduzir o risco de contaminação da água e solo, abrindo novos mercados para o arroz catarinense.

Os resultados foram alcançados na pesquisa “Prospecção e bioprospecção de microrganismos para controle do percevejo do grão na cultura do arroz irrigado em Santa Catarina”. Os pesquisadores pretendem desenvolver o primeiro bioinsumo para controle biológico do arroz irrigado em SC. São produtos, processos ou tecnologias de origem vegetal, animal ou microbiana utilizados na agricultura para promover a produção, proteção, armazenamento e beneficiamento de produtos agropecuários.

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O trabalho conjunto foi desenvolvido pelos engenheiros-agrônomos da Epagri, Marcos Lima Campos do Vale, Alexandre Visconti e Eduardo Hickel. Marcos conta que o predador do percevejo foi percebido inicialmente pelo entomologista Eduardo na sua rotina de experimentos no campo, durante o período de dormência do cultivo de arroz, na entressafra. Ele observou que os insetos morriam envoltos por um fungo nos meses frios. Então, fez a coleta dos insetos infectados e avaliou a capacidade de controle do percevejo do grão através do fungo.

Em seguida, Alexandre ficou responsável pela identificação e multiplicação do fungo Beauveria e pelos testes de compatibilidade com os principais agrotóxicos utilizados na fase de enchimento de grãos, em experimentos no laboratório. Nos testes foram analisados o nível de mortalidade do inseto, a capacidade de reprodução em ambiente controlado, sua adaptabilidade a processos industriais e compatibilidade com defensivos agrícolas utilizados no sistema de cultivo de arroz pré-germinado.

Foto: Aires Mariga / Epagri

Marcos fez a formalização do projeto junto às cooperativas e indústria e a avaliação do controle do percevejo do grão a partir do uso do fungo em condições de campo. Segundo a Epagri, a pesquisa está em fase de validação do produto no campo, que será realizada na próxima safra 2025/26, em uma propriedade rural.

Santa Catarina tem 145.294 hectares cultivador com arroz irrigado. O engenheiro-agrônomo explica que a utilização do bioinsumo reduz o custo de produção porque diminui a necessidade de reaplicação de inseticidas, que podem acarretar em contaminação do solo, da água, do trabalhador rural e do próprio alimento. O uso excessivo de defensivo agrícola prejudica também o desempenho comercial do arroz em mercados exigentes como a União Europeia e Estados Unidos, que já devolveram lotes com resquícios de inseticida.

           

             

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