Em reunião com líderes estaduais, governador de Santa Catarina critica omissão de Brasília e pede ação imediata para proteger a economia e os setores produtivos afetados pela taxação americana de 50% / Foto: Nohlan Scholzel /SAN
Diante da imposição de uma tarifa de 50% pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, liderou um movimento de cobrança por ações imediatas do governo federal. Em reunião com outros oito governadores, incluindo nomes de peso como Tarcísio de Freitas (SP), Romeu Zema (MG) e Ronaldo Caiado (GO), Jorginho manifestou indignação com a passividade do governo federal frente a uma crise que já afeta diretamente a economia nacional, especialmente setores estratégicos da indústria e do agronegócio.
Falta articulação diplomática
Segundo ele, enquanto os impactos do tarifaço já são sentidos, não há qualquer sinal de articulação diplomática ou estratégica por parte da União. “Tem que ir lá conversar”, disse o governador, numa crítica clara à falta de liderança e iniciativa do governo federal. Ele defendeu, ainda, a atuação mais incisiva do Congresso Nacional, incluindo a deliberação de matérias urgentes como a proposta de anistia tributária. O grupo de governadores decidiu buscar apoio junto aos líderes partidários no Congresso para pressionar por medidas de compensação aos setores atingidos. O governador Tarcísio de Freitas reforçou o tom crítico à diplomacia federal, dizendo que o Brasil perdeu o rumo ao agredir um parceiro histórico como os EUA, um dos maiores investidores no país.
Atitude corajosa
A postura de Jorginho Mello e dos demais governadores é corajosa, madura e absolutamente necessária. Em um momento de fragilidade econômica global, permitir que um tarifaço como esse avance sem reação é um erro grave, e os estados, que dependem diretamente da exportação, não podem ficar parados. Jorginho demonstra liderança política ao não esperar passivamente por Brasília e ao reunir governadores de diferentes regiões e partidos em torno de um objetivo comum: defender os interesses do Brasil real, produtivo e gerador de empregos. Ao exigir diplomacia ativa e articulação política, os governadores assumem o protagonismo que falta ao governo federal. É um gesto de estadismo, que merece ser reconhecido, valorizado e, acima de tudo, ouvido.