20 de outubro de 2025
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Cotidiano

Onde o comércio ainda é feito de conversa e aperto de mão

Foto: Fernando Bortoluzzi/TVBV Online
Enquanto o e-commerce conquista clientes pela praticidade, lojistas mantêm viva a tradição do encontro e as trocas que fazem o mercado girar

Com o avanço do e-commerce e das compras por meio de aplicativos, o consumidor passou a ter um catálogo infinito de produtos na palma da mão. Cada vez menos é preciso sair de casa para ir até o centro da cidade e passar de vitrine em vitrine para escolher o que comprar para si ou presentear. No Dia do Comércio, celebrado nesta segunda-feira (20), a data convida refletir sobre o que se perde quando o consumo deixa de ser ponto de encontro de necessidades e tato entre comerciantes e compradores — e o centro histórico de Florianópolis, com seu Mercado Público, segue como lembrança viva dessa experiência.

Há 20 anos, a floricultura que funciona no Box 71 é um desses estabelecimentos. Muito procurada por quem deseja colorir o dia de um parente, um amor ou um amigo, o negócio precisou se atualizar para não ficar para trás na concorrência. “A gente vende pelo Instagram e pelo WhatsApp. Oferecemos os produtos, o serviço, a entrega. Em relação ao dono anterior, eles não tinham nada, nem pelo WhatsApp, porque eram dois senhorzinhos. Agora vendemos também online e tem uma demanda”, conta a vendedora Tanaína Martins Fetter.

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Segundo a comerciante, a compra de produtos pela internet é preferida principalmente por consumidores de fora da cidade. “Nosso fluxo maior realmente é do cliente que passa na frente da loja, do presencial mesmo. Mas tem um pessoal que gosta de comprar pela internet, né? Principalmente quando querem presentear alguém, que eles estão fora e a pessoa tá aqui, aí a gente consegue fazer essa ponte”, explica Tanaína.

Com o ritmo cada vez mais acelerado da rotina, poder fazer compras apenas com alguns toques na tela do celular é uma mão na roda. No entanto, com essa agilidade toda, abre-se mão de uma série de experiências que fazem o “ir às compras” algo além de aumentar a fatura do cartão. Desde conversar olho no olho com o vendedor, ver o produto de perto e escolher aquele que atende perfeitamente às necessidades, até parar para tomar um cafezinho e papear após um banho de loja, tudo isso é substituído por uma transação rápida e um e-mail confirmando a compra.

Muitas vezes, a falta de um negócio menos acelerado acaba sendo um prejuízo para o comerciante. Para Tanaína, por exemplo, vender na própria floricultura é um benefício. “A gente consegue focar a venda naquilo que o cliente quer, mas também ao que a gente necessita. Como trabalhamos com produtos perecíveis, se eu não vender a tempo, eu perco o produto. Então temos que trabalhar para diminuir as perdas. O cliente pede alguma coisa, a gente vai conversando e entendendo o que ele quer e também o que eu preciso vender. Na parte do e-commerce ele vai chegar, é aquilo e deu, é muito restrito. Agora o presencial não, a gente pode oferecer, desenvolver melhor com o cliente, né?”, conta a vendedora.

Foto: Fernando Bortoluzzi/TVBV Online

Para o Alisson Bonacho, é justamente a possibilidade de conferir o produto e negociar com o comerciante o que faz a compra presencial um bom negócio, por exemplo, quando o assunto são roupas. “Eu sou um cara chato em relação ao experimentar, ver como é que realmente vai ficar em mim, porque eu acho que as compras online enganam bastante. Ele bota uma foto bonita, uma coisa que chama a atenção, a gente vai lá e compra. Eu prefiro vir na loja comprar, experimentar e chorar um descontinho”, conta o técnico em elevadores.

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Por outro lado, há quem veja mais vantagens nas compras feitas pela internet além da praticidade. “Prefiro o online pelo valor do preço. Acho mais barato”, analisa Leonardo Henrique, psicólogo. Ele está entre os consumidores que ajudaram a movimentar o montante de R$ 225,06 bilhões com comércio eletrônico em 2024, segundo dados do Observatório do Comércio Eletrônico Nacional do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MIDC).

No ano passado, as empresas de Santa Catarina foram responsáveis por movimentar R$ 14,26 bilhões em e-commerce. É o quarto maior valor entre as unidades da federação, atrás apenas de São Paulo (R$ 1187,7 bi), Minas Gerais (28,7 bi) e Espírito Santo (R$ 14,29 bi). Quanto aos compradores, SC fica na sétima posição, sendo responsável por receber R$ 10,95 bilhões em mercadorias compradas na internet.

           

             

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