Estado é responsável por mais de 30% da cebola do país, mas luta com os problemas da alta oferta
Santa Catarina é responsável por uma grande variedade de produtos indispensáveis na mesa do brasileiro no dia a dia. Reconhecida internacionalmente pela intensa produção agropecuária, especialmente de carnes suínas e de frango, o estado carrega também o título de campeão nacional na produção de uma hortaliça que pode ser servida desde como prato principal, salada e até mesmo tempero, presente em quase todas as receitas, desde cozidos até refogados.
Trazida ao Brasil pelos portugueses no século XVI, a cebola hoje ocupa um espaço na culinária de todas as regiões, desde a moqueca baiana até o churrasco gaúcho. Agricultor e presidente do Sindicato Rural de Ituporanga – Capital Estadual da Cebola – Arny Mohr destacou a importância dessa hortaliça em entrevista ao TVBV Online nesta sexta-feira (17), quando comemora-se o Dia da Agricultura. “A gente vê que ela é muito mais forte ainda, mas já vem de uma tradição de mais de 60 anos no Brasil como um tempero no prato do brasileiro”, comenta
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Em 2024, a agricultura catarinense teve participação de 31,8% no total da produção de cebola no país, alcançando o montante de 556 mil toneladas. É o maior valor entre todos os estados brasileiros, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – e que já tem um crescimento projetado para esta próxima safra.
Em 2025, a produção da tem boas expectativas, apesar das constantes quedas no preço da saca. De acordo com analistas da Epagri, a projeção é de que o saldo da colheita, que inicia no próximo mês de novembro, tenha uma alta de 6,9% em relação à anterior, chegando a 594 mil toneladas. O crescimento é resultado de lavouras em bom estado, aumento de 1,2% da área plantada e à melhoria na produtividade média, projetada em 30,4 toneladas por hectare.

Os problemas da alta produção
Apenas Ituporanga, no Vale do Itajaí, estima colher mais de 277,3 toneladas de cebola nesta safra. O município deve ser responsável por praticamente metade da produção em todo o estado (46,6%). Os números animam os agricultores como Arny, principalmente com a possibilidade de retomada do mercado após uma sucessiva queda nos preços da cebola – causada justamente pela alta disponibilidade do produto no mercado.
Segundo o produtor, a competitividade aumentou com a produção da hortaliça na região do Cerrado. “Até 10 anos atrás, quem plantava cebola era nós, a região Sul, Santa Catarina principalmente, e alguma coisa nas regiões nordeste e São Paulo. Mas era uma cultura da agricultura familiar. Nos últimos anos começou a entrar na região do Centro-Oeste, de Goiás, Minas, e grandes fazendas começaram a plantar, então está sobrando”, explica o agricultor.

Apesar disso, a esperança dos produtores é de que as boas projeções da próxima safra vão de encontro com uma redução na competitividade do mercado. “Temos essa expectativa. O que a gente sabe, parece que alguns estados estão terminando a coleta. E com a diminuição da oferta, esperamos que seja um pouco melhor para nós aqui. A última safra foi muito ruim para a região Sul. Nós já estamos com um preço ruim mais de ano”, finaliza Arny, explicando ainda um diferencial que apenas o estado campeão nacional de produção de cebola possui.
A nossa cebola aqui tem uma qualidade diferenciada dos outros estados. Nós costumamos trabalhar na região Sul com cebolas vermelhas. Cebolas vermelhas são mais aceitas pelo mercado.
Segundo apuração da Epagri/Cepa, o último registro de preço de cebola pago ao produtor catarinense, apurado pela Epagri/Cepa em junho de 2025, indicava que a saca de 20 kg (Classe 3 a 5) foi comercializada a R$ 30,36, valor inferior ao custo médio de produção, estimado em R$ 1,67/kg. No mercado atacadista, o preço médio da saca de 20 kg registrou queda de R$ 57,02 em julho para R$ 42,56 em agosto, uma retração de 25,4% em apenas um mês.
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