Especialista explica a importância de estar atenta à própria saúde
Todo mês, o corpo feminino passa por um ciclo natural que vai muito além da menstruação. Sabe aqueles dias em que a disposição está lá em cima, e outros em que o cansaço parece não ter explicação? Essas variações podem estar diretamente ligadas a esse processo biológico. Apesar de ser algo natural, o tema ainda é cercado por dúvidas e falta de conhecimento.
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A menstruação, de forma simples, é parte de um processo de preparação do corpo para a ovulação e uma possível gravidez. Essa variação cíclica envolve mudanças hormonais sutis, que podem influenciar o humor, o sono e até a produtividade. Entender esse ritmo é uma forma de cuidado com a saúde e de reconhecimento do próprio corpo.
A médica ginecologista Fernanda Wagner Wisocki explica que, mesmo com o fácil acesso à informação, muitas mulheres ainda não observam os sinais do próprio corpo. “Antigamente, isso era decorrente da falta de informação, o preconceito em falar do assunto. Hoje, apesar da facilidade de acesso à informação, muitas mulheres estão atentas a outros assuntos externos, e não tomam o cuidado de perceber o que está acontecendo com o próprio corpo”, afirma.
O ciclo menstrual é o intervalo entre o primeiro dia da menstruação e o último dia antes da próxima. Ele envolve uma série de interações entre o cérebro, os ovários e o útero, reguladas por hormônios como estrogênio e progesterona. A duração varia de mulher para mulher, podendo ir de 21 a 35 dias.
Compreender as fases do ciclo pode ajudar a mulher a tomar decisões diárias, saber quando esperar certas mudanças e planejar melhor a rotina, desde a prática de exercícios e compromissos até a vida sexual e os cuidados com a saúde em geral. Mais do que organizar o dia a dia, esse conhecimento também permite identificar sinais importantes sobre o funcionamento do corpo.
Irregularidades no ciclo exigem atenção médica
A observação do ciclo de forma contínua também ajuda a perceber mudanças sutis, como variações hormonais e sintomas que podem indicar algum desequilíbrio. Essa atenção pode contribuir para identificar precocemente doenças como a síndrome dos ovários policísticos (SOP) e a endometriose. Segundo Fernanda, a partir do momento que a mulher conhece qual é o padrão de funcionamento do seu corpo, qualquer mudança já é um sinal de alerta. A profissional ressalta, no entanto, que o que pode ser normal para uma mulher, pode ser sinal de alerta para outra.
Alterações importantes, como ciclos muito irregulares, sangramentos excessivos ou ausência de menstruação, podem sinalizar problemas que merecem atenção médica. “Doenças como endometriose e SOP, que têm como característica principal a irregularidade menstrual, podem ser detectadas precocemente pela própria mulher se ela estiver atenta às características do seu ciclo menstrual”, destaca a ginecologista.
Para compreender melhor essas variações e reconhecer possíveis sinais de alerta, é essencial conhecer as fases que compõem o ciclo menstrual. Cada uma delas tem características próprias e está diretamente ligada às oscilações hormonais que ocorrem ao longo do mês.

As quatro fases do ciclo
A primeira fase é a menstrual, quando ocorre o sangramento, geralmente entre três e sete dias. É comum sentir cólicas, fadiga e alterações de humor.
Em seguida vem a fase folicular, que começa logo após o fim da menstruação e se estende até a ovulação. Nessa etapa, o aumento dos níveis de estrogênio costuma trazer mais energia e sensação de bem-estar.
Depois vem a ovulação, que ocorre por volta do 14º dia do ciclo. É o momento em que o ovário libera um óvulo, e muitas mulheres percebem alterações no corpo, como aumento da libido, leve dor abdominal e muco cervical mais claro e elástico.
Por fim, na fase lútea, o corpo se prepara para uma possível gravidez. O aumento da progesterona pode causar sensibilidade nos seios, inchaço e oscilações de humor. Caso não haja fecundação, o ciclo recomeça com a menstruação.
O ciclo e o autoconhecimento
Mais do que marcar as datas, conhecer o próprio ciclo menstrual pode mudar a forma como a mulher se relaciona com o corpo. O autoconhecimento ajuda a transformar a incompreensão e a frustração em aceitação e autonomia. A ginecologista ressalta que compreender o próprio corpo é essencial para o bem-estar feminino. “Entender o ciclo e estar consciente de qual fase está, faz a mulher se sentir protagonista da sua própria história”, afirma.
Hoje, é possível acompanhar o ciclo menstrual por meio de aplicativos de celular. Eles permitem registrar o fluxo, as fases, o período fértil e sintomas, ajudando a identificar alterações. Essas ferramentas também oferecem informações valiosas para a saúde da mulher, auxiliando no reconhecimento de mudanças hormonais e na adoção de medidas para aliviar desconfortos, como cólicas e alterações de humor, além de acompanhar sinais da menopausa, por exemplo.
*Com revisão de Fernando Bortoluzzi
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