27 de julho de 2024
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Policial

20 segundos de chacina: terrorista de Blumenau comprou cigarro antes de se entregar 

Segundo polícia, assassino teria dito que queria mostrar que era corajoso

As Polícias Civil (PCSC) e Científica divulgaram na tarde desta segunda-feira (17) a conclusão do inquérito policial sobre o ataque que vitimou quatro crianças e feriu outras cinco na creche Cantinho Bom Pastor, em Blumenau, no último dia 5 de abril. De acordo com as investigações, o terrorista agiu sozinho e será indiciado por quatro homicídios e cinco tentativas de homicídio, além dos agravantes. O inquérito segue para análise do Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC).

Em coletiva de imprensa na Academia de Polícia Civil do Estado de Santa Catarina (Acadepol), em Florianópolis, os delegados Ulisses Gabriel, delegado-geral da PCSC, e Ronnie Esteves, da Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Blumenau, informaram a reconstituição do caso e também o perfil do assassino.

De acordo com a polícia, o terrorista levou apenas 20 segundos para cometer o atentado e apenas três minutos teriam sido suficientes para a execução de toda a ação, entre chegar e fugir da escola. Antes de se entregar para a polícia, o criminoso ainda passou em uma loja de conveniência de um posto de combustível, onde comprou água e cigarro.

 

Antes do atentado, o ele teria ido a duas escolas que também seriam seus alvos. Desistiu. Passou então em uma academia, onde treinava jiu-jítsu e daí partiu para o Cantinho Bom Pastor. Questionado sobre o crime, o terrorista chegou a mencionar o nome de um policial militar como mandante do crime, mas depois desmentiu a história, dizendo que, na realidade, admirava o tal policial, com quem treinava jiu-jítsu. No que seria um misto de admiração, competição e inveja, o assassino declarou querer mostrar ao policial que também era corajoso.

O delegado Ronnie Esteves disse que, de acordo com a mãe do terrorista, ele “era um rapaz tranquilo, mas que mudou de comportamento após se envolver com drogas”. Com o uso entorpecentes, ele tinha surtos psicóticos e alucinações, falava coisas fora de contexto e sentia que estava sendo constantemente perseguido, inclusive pela polícia e pelo padrasto, quem já esfaqueou. Para sustentar o próprio vício, o assassino chegou a vender drogas.

Segundo Esteves, o criminoso não demonstrou arrependimento e disse ainda que cometeria novamente os crimes contra crianças, as quais teriam sido escolhidas por ele por serem alvos mais fáceis de atacar.

Nesta segunda-feira (17), as aulas na creche particular Cantinho Bom Pastor foram retomadas, assim como em todas as escolas da rede municipal de Blumenau. Para prevenir novos ataques, o município anunciou 150 postos policiais armados em locais próximos às unidades escolares.

Foto: Internet / Reprodução