Esqueceram-se das marés, das canoas, das baleeiras e dos ventos salgados que um dia foram guia. O mar é muito mais do que paisagem, é fonte de vida, sustento e identidade para milhares de comunidades. Ele move economias, atrai turistas, alimenta famílias e oferece espaços de lazer e bem-estar. Ele é turismo, educação e um cenário que movimenta hotéis, bares, restaurantes, uma verdadeira cadeia produtiva. Para moradores e visitantes, é lugar de encontro, descanso e contemplação. Infelizmente hoje na cidade de São José o mar, que um dia foi um caminho, sustento e contemplação, é deixado de lado.
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Para confirmar basta visitar o trapiche municipal no Centro Histórico, localizado de frente para a Baia Sul. A falta de manutenção, agravada pela maresia, deixou as estruturas de metal fragilizadas e em muitos pontos destruídas. As rampas que poderiam servir de embarque para embarcações estão interditadas de forma improvisada com paletes de madeira colocando em risco que circula no local. A ferrugem fragilizou os guarda corpos e até mesmo o lixo é deixado de lado, as lixeiras abarrotadas de restos de comida, plástico e papel comprovam que há muito tempo a administração pública municipal não passa por ali, mesmo a estrutura ficando a cerca de 20 metros da Câmara de Vereadores.
Basta passar pelo local para ver a indignação da população. Conversei com o representante comercial, Rodrigo Kerhn, que passeava de bicicleta. Ele confirma que o local está degradado e acredita que poderia ser diferente. “Falta manutenção, bastante sujo e poderia estar melhor. Não está da forma adequada, aqui circulam crianças e acho que poderia dar uma atenção melhor nisso”, comentou.
Esse caso não é isolado, ainda em São José, mas defronte a Baia Norte, o trapiche da Escola do mar está em situação deplorável. A maior parte da estrutura já foi destruída, uma degradação acelerada pela falta de manutenção e pelo abandono. O equipamento público poderia estar sendo usado para as atividades de educação ambiental e servir de lazer para a comunidade, mas está intransitável. Na maior parte apenas restam as estacas de sustentação resistindo ao tempo. Estruturas públicas como os trapiches valorizam o mar e a cultura de nossa região. Elas ajudam a proteger e garantir que o mar continue sendo um local de contemplação sustento e lazer.
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