A espera é no rancho onde a lenha estala aquecendo e o cheiro do mar invade. Quando a manta é avistada por nossos experientes “olheiros” eles se lançam com frondosas canoas, como guerreiros “vikings lusitanos”, em busca delas. É inverno e sob o balanço do mar e do tempo chegam cortando as águas, como torpedos reluzentes, embaladas pelo vento Sul os cardumes dançam pelas ondas.
A tainha alimenta nossa tradição com e faz parte de nossa cultura, um peixe sagrado aguardado por nossas redes. Quando “chegam “encostam” é uma festa e nossas comunidades se envolvem em uma dança sincronizada. É Um canto para o pescador, uma bênção embaixo de Sol ou chuva, é sustento, é identidade, é vida e identidade.
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Neste sábado (02) ela novamente será o foco central com o evento de Encerramento da Safra da Tainha 2025. O palco será o Rancho do Braceli, na Praia do Santinho, a partir das 8h. Mas, a novidade é que será assinado o decreto municipal de Florianópolis que institui oficialmente a Rota da Tainha. Agora as praias que fazem parte dessa tradição serão reconhecidas oficialmente.
No total 26 localidades farão parte da Rota que vai viabilizar ações de divulgação, sinalização e valorização cultural. Entre elas estão a Armação do Pântano do Sul, Barra da Lagoa, Caieira da Barra do Sul, Caiacanga, Campeche, Canasvieiras, Cachoeira do Bom Jesus, Praia da Daniela, Praia do Forte, Galheta, Gravatá, Ingleses, Joaquina, Jurerê, Jurerê Internacional, Lagoinha do Norte, Moçambique, Morro das Pedras, Naufragados, Pântano do Sul, Ponta das Canas, Praia Brava, Prainha da Barra da Lagoa, Ribeirão da Ilha, Santinho e Tapera.
Apenas neste ano participaram da Safra da Tainha, em Florianópolis, 51 embarcações de emalhe anilhado. Já o arrasto de praia mobilizou mais de 1.000 pessoas distribuídas em 57 ranchos de pesca. No total foi reportada a captura na cidade de 400 toneladas do pescado, isso representa um impacto econômico em torno de R$ 4 milhões.
O ato vai fortalecer o turismo sustentável e a importância da pesca artesanal como patrimônio imaterial da Capital. “A criação da Rota da Tainha representa um avanço significativo na preservação da identidade cultural de Florianópolis, ao mesmo tempo em que promove oportunidades para o desenvolvimento turístico responsável e sustentável”, aponta Topázio Neto, prefeito de Florianópolis.
Descaso: São José de costas para o Mar
Esqueceram-se das marés, das canoas, das baleeiras e dos ventos salgados que um dia foram guia. O mar é muito mais do que paisagem, é fonte de vida, sustento e identidade para milhares de comunidades. Ele move economias, atrai turistas, alimenta famílias e…