13 de agosto de 2025
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Paulo Chagas

Impacto das tarifas dos EUA ameaça empregos e exportações de madeira em Santa Catarina

O setor de madeira e móveis catarinense foi responsável por US$ 768,3 milhões em exportações em 2024. (Foto: Freepik)

A Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), representada por seu presidente Gilberto Seleme, e o deputado Pedro Uczai, coordenador do Fórum Parlamentar Catarinense, discutiram os impactos das novas tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos sobre exportações brasileiras, especialmente para o setor de madeira, móveis e derivados. Essas tarifas estão causando redução nos pedidos, férias coletivas e risco de demissões em Santa Catarina, que possui o maior número de polos exportadores do setor no país.

A FIESC alerta que, sem medidas de apoio, empregos migrarão para países asiáticos, como o Vietnã, que se tornam mais competitivos no mercado norte-americano. O Fórum Parlamentar está reunindo informações técnicas para buscar apoio do governo federal na mitigação dos efeitos negativos. Santa Catarina exportou cerca de US$ 1,744 bilhão para os EUA em 2024, sendo os setores de madeira e móveis os mais afetados.

Santa Catarina pensa em alternativas

A situação descrita é preocupante, pois revela a vulnerabilidade da economia catarinense diante de decisões protecionistas externas, como as tarifas dos EUA. Embora a busca por novos mercados seja importante, é um processo lento e insuficiente para compensar perdas imediatas. O risco de desemprego e deslocamento da indústria para países com custos mais baixos pode causar um impacto socioeconômico grave para o estado. É fundamental que o governo federal, em parceria com o setor privado, crie políticas ágeis e eficazes para apoiar os setores exportadores e estimular a competitividade internacional, garantindo a manutenção dos empregos e o fortalecimento da indústria local.

Falta de habilidade política do Governo Federal

É mais preocupante ainda observar a aparente falta de iniciativa e habilidade política do Governo Federal em negociar diretamente com os Estados Unidos para evitar ou amenizar o impacto das tarifas de 50% sobre as exportações brasileiras. Enquanto setores estratégicos como o de madeira e móveis de Santa Catarina enfrentam risco real de perda de mercado e desemprego em massa, o silêncio ou a morosidade do governo na busca de um diálogo direto com o principal parceiro comercial demonstra despreparo diante de um desafio econômico internacional urgente.

Negociações eficazes e rápidas são essenciais para proteger a economia nacional e garantir que a indústria brasileira não perca competitividade para países asiáticos, como o Vietnã, que se aproveitam dessa janela para ganhar espaço. A falta de uma atuação firme expõe fragilidades na condução da política externa econômica e deixa empresários e trabalhadores vulneráveis a decisões tomadas fora do país, sem a devida defesa dos interesses brasileiros.

Enquanto isso, em discursos, o Presidente Lula frequentemente enfatiza a importância da “soberania nacional” na condução das políticas econômicas e externas, ressaltando que o Brasil deve tomar decisões que preservem sua autonomia diante das pressões internacionais, garantindo que os interesses do país estejam sempre em primeiro lugar.