14 de agosto de 2025
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Paulo Chagas

Câmara representa 14 deputados da oposição por ocupação da Mesa Diretora

Entre os 14, três deputados catarinenses fazem parte da lista dos citados. Somente o PL tem 11 representados / Foto: Wilton Junior

Ao todo, 14 deputados federais, todos de oposição,foram formalmente representados, podendo ser punidos com advertência, censura ou suspensão de mandato por até seis meses. Entre esses 14, três são de Santa Catarina: Caroline de Toni (PL-SC), Júlia Zanatta (PL-SC) e Zé Trovão (PL-SC). Caberá ao corregedor Diego Coronel (PSD-BA) analisar as condutas dos deputados representados e decidir se os casos devem ser encaminhados ao Conselho de Ética, para eventual aplicação de sanções. Simultaneamente, deputados governistas com apoio de PT, PSB e PSOL apresentaram representações nominais, solicitando suspensão cautelar de mandato, por entenderem que houve quebra de decoro e obstrução das funções constitucionais da Câmara.

Embora o rito institucional de apuração se aplique formalmente a todos os parlamentares, o fato de só oposicionistas constarem como alvos diretos das representações reforça a percepção, para parte da opinião pública, de seletividade política, em um contexto de forte polarização entre governo e oposição.

A sucessão dos fatos

Na primeira semana de agosto de 2025, a Câmara dos Deputados experimentou um momento de alta tensão política. Nos dias 5 e 6, parlamentares da oposição ocuparam a Mesa Diretora, bloqueando a abertura das sessões plenárias, inclusive, a reabertura após o recesso. Com esparadrapos na boca e em protesto, exigiam pautas como anistia ampla, fim do foro privilegiado e o impeachment do ministro Alexandre de Moraes. O episódio gerou confusão e suspendeu os trabalhos até que, na noite do dia 6, o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), recuperou o controle com o apoio da segurança institucional. Já no no dia 8 de agosto, a Mesa Diretora encaminhou à Corregedoria Parlamentar todas as denúncias relacionadas ao episódio. O entendimento é que a ocupação constituiu desrespeito à autoridade da presidência, obstrução do funcionamento da Casa e violação do decoro parlamentar.

Crítica às representações

O líder da oposição, Luciano Zucco (PL-RS), criticou o envio das representações, alegando que a escolha dos 14 nomes foi “por puro achismo” e que mais de 40 parlamentares participaram do protesto. Zucco também comparou o ato com manifestações anteriores feitas pelo PT, sugerindo que há tratamento desigual entre os partidos. Outros deputados, como Marcel Van Hattem (Novo-RS) e Zé Trovão (PL-SC), alegam que a ocupação foi legítima e que a reação da Mesa Diretora é desproporcional.