Fatos apurados referem-se a gestões anteriores; atual administração tem a chance de transformar crise em marco de transparência / Foto:Fábio Pavan
A deflagração da Operação “Stone” pelo GAECO e pelo GEAC, investigando contratos de pavimentação assinados entre 2017 e 2024 e envolvendo suspeitas de pagamentos irregulares a uma empresa do setor, provoca inevitável abalo na imagem política de Lages. Mas é essencial deixar claro: os fatos não têm relação com a atual gestão de Carmen Zanotto, que assumiu a prefeitura já no cenário pós-Mensageiro e herdou parte do passivo administrativo.
“Passado presente”
O histórico pesa. A cidade ainda digere as condenações da Operação Mensageiro, que levou à prisão o ex-prefeito Antonio Ceron e secretários, e agora se vê diante de novas suspeitas em obras públicas. A reincidência de investigações desse porte não é só um problema jurídico é um desgaste profundo para a confiança do cidadão.
Responsabilidade se amplia
Diante disso, a responsabilidade de quem governa agora é dupla: garantir total colaboração com a Justiça e, ao mesmo tempo, implantar mecanismos de prevenção para que fatos assim não se repitam. A transparência precisa ser radical: auditoria independente dos contratos, publicação de dados abertos sobre todas as obras, rastreabilidade digital de ponta a ponta e fiscalização com responsabilidade objetiva.
Reconstrução da confiança
Não se trata apenas de provar que a nova administração não tem relação com as suspeitas. Trata-se de mostrar, com dados e clareza, que o modus operandi mudou. O contribuinte lageano, que paga por cada metro de asfalto, merece ver cada centavo protegido e cada rua entregue com qualidade. O momento é de reconstruir confiança. A atual gestão tem a oportunidade e a obrigação de fazer dessa crise um divisor de águas, blindando o futuro de Lages contra a repetição de erros que tanto custaram à cidade.