20 de agosto de 2025
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Paulo Chagas

União Progressista: uma federação que nasce com força e ares de oposição

Federação nasce com indicativos de oposição ao Governo / Foto: Renato Araújo/Câmara dos Deputados/CP

A oficialização da federação entre União Brasil e Progressistas (PP), sob o nome União Progressista, marca um dos movimentos mais ambiciosos da política brasileira recente. Com 109 deputados e 15 senadores, além de uma presença robusta em prefeituras e governos estaduais, essa aliança se consolida como a maior força institucional do Congresso Nacional. Mas tamanho, por si só, não é sinônimo de clareza política e é justamente aí que mora o desafio.

Durante o evento de lançamento, os discursos foram marcados por críticas ao governo Lula e ao Supremo Tribunal Federal. ACM Neto afirmou que o “lado” da federação é contra o PT, enquanto Ciro Nogueira defendeu o “desembarque imediato” do governo. No entanto, a federação ainda mantém ministros no Executivo e evita assumir uma oposição formal. Davi Alcolumbre tentou suavizar o tom, dizendo que o grupo não é nem oposição nem situação, mas sim uma “política com P maiúsculo”. Essa ambiguidade pode ser estratégica, mas também revela uma falta de coesão ideológica.

De olho em 2026

A pergunta que paira é: qual será o papel da União Progressista no jogo político de 2026? Com nomes como Ronaldo Caiado e Tarcísio de Freitas sendo ventilados como possíveis candidatos à presidência, a federação parece mirar alto. Mas para ser mais do que uma máquina eleitoral, ela precisa construir um projeto de país, algo que vá além da crítica ao governo atual e da disputa por recursos.

Câmara dos Deputados instala CPI do INSS nesta quarta-feira (20)

A Câmara dos Deputados instala hoje (20) a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a investigar denúncias de irregularidades no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O colegiado vai apurar fraudes, má gestão e gargalos que afetam a concessão e o pagamento de benefícios previdenciários. A CPI será presidida pelo senador Omar Aziz (PSD-AM) e terá como relator o deputado Ricardo Ayres (Republicanos-TO). O grupo terá poderes de investigação equiparados aos das autoridades judiciais, podendo convocar depoentes, requisitar documentos e propor mudanças na legislação.

Presidente e relator alinhados ao Governo

Nos próximos dias, serão definidos o plano de trabalho e as primeiras convocações, com o objetivo de dar mais transparência à gestão da Previdência Social e propor soluções para reduzir fraudes e agilizar o atendimento aos segurados. No entanto, há avaliações de que a CPI pode não atingir plenamente seus objetivos por ter presidente e relator alinhados ao governo, o que já levanta críticas de que a comissão pode começar enfraquecida. Por fim, a CPI mira especialmente a convocação de José Ferreira da Silva mais conhecido como Frei Chico, irmão do Presidente Lula.