Queda nos preços do leite, arroz e frutas traz alívio no final do ano, aponta prévia da inflação
O panorama da inflação de alimentos no Brasil em dezembro deve seguir a tendência de alívio para o consumidor, com a queda nos preços de itens essenciais como leite longa vida, arroz e frutas. A alimentação no domicílio registrou um recuo de 0,15% em novembro, de acordo com a prévia da inflação oficial (IPCA-15).
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Essa moderação, que se estende para o início do último mês do ano, é impulsionada pela maior oferta de produtos no mercado interno, resultado de boas safras e ajustes nas cadeias de suprimentos e ainda, dos alimentos produzidos no período mais quente do ano, os chamados “alimentos da época”. A tendência de desinflação em alimentos é um fator importante para o controle da inflação geral no país.
Alimentos com maior redução de preço
A análise da prévia inflacionária e das expectativas de mercado para dezembro reforça que o brasileiro está encontrando itens importantes da cesta básica mais acessíveis nas prateleiras dos supermercados.
Leite Longa Vida: A redução de 3,29% em novembro indica que o preço do produto continua em trajetória de queda, aliviando o orçamento familiar após períodos de alta. Essa tendência acompanha a maior oferta global de lácteos.
Arroz: Com a safra recorde de grãos no Brasil, o preço do arroz caiu 3,10%. A maior oferta mundial também contribui para essa deflação, beneficiando diretamente o consumidor final.
Frutas: O grupo de frutas registrou uma queda de 1,60% em média. Essa variação positiva é frequentemente influenciada por fatores climáticos favoráveis, que aumentam a colheita e a disponibilidade dos produtos.
O fator agronegócio e o câmbio
A performance do agronegócio é um pilar central para a queda dos preços. O Brasil, sendo um dos maiores produtores de alimentos do mundo, tem capacidade de oferecer seus produtos a preços decrescentes, apesar das tendências de alta em alguns setores.
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, destaca que os alimentos atrelados ao dólar (produtos de exportação, como algumas carnes) estão em um ciclo de baixa à medida que a moeda americana se desvaloriza. A estabilidade cambial é, portanto, um importante aliado do poder de compra do brasileiro.
Mas, apesar da tendência geral de queda, alguns produtos ainda exercem pressão sobre o custo de vida, como a carne bovina, café, açúcar, entre outros, como a batata-inglesa que registrou uma alta de 11,47% em novembro, e seu preço historicamente é um dos mais voláteis. Outros itens sob vigilância por estarem “fora da curva” inflacionária incluem açúcar, café e carne.
Preço de ovos
A tendência para o preço dos ovos em dezembro aponta para uma fase de maior estabilidade nos valores, após um período de quedas em novembro, influenciado pelo excesso de oferta. Embora o início de dezembro possa registrar uma alta nos preços devido ao aumento da demanda de final de ano, a tendência é que essa valorização perca força com o avanço do mês. Essa perspectiva se baseia na dinâmica sazonal do mercado e na relação entre oferta e demanda, características comuns no setor de avicultura de postura.
Veja os fatores que pressionam para a estabilidade dos ovos:
Demanda Sazonal: Historicamente, o mercado de ovos registra um aumento na procura no início de dezembro. A demanda é impulsionada pelas festividades de final de ano, onde o ovo é muito utilizado em diversas receitas.
Ajuste da Oferta: O mercado tem se ajustado a um período de maior oferta, o que resultou em recuos nas cotações em novembro. Esse excesso de produto no mercado tende a limitar a margem para fortes altas em dezembro.
Impacto no Consumo: A expectativa de enfraquecimento da demanda pode se concretizar devido às férias escolares e à paralisação temporária das atividades de algumas empresas, o que reduz o consumo em atacado e a compra para merendas.
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