Há 30 anos da enchente de Natal deixou cicatrizes no Sul do estado
Passadas três décadas o estado ainda guarda cicatrizes de uma das maiores tragédias que atingiram o território catarinense. A “Enchente do Natal”, registrada em 1995, deixou mais de 28 mil pessoas desabrigadas, atingiu 50 municípios deixando o saldo de 29 mortos.
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“Era na véspera do Natal e nos reuníamos na casa da minha avó para celebrar. Começou a chover e não parava mais, e, quando foi à noite, o rio foi enchendo cada vez mais”, relembrou Anderson Rufino Vieira. Na época ele tinha apenas 11 anos quando testemunhou a enchente no costão da serra, entre Nova Veneza e Siderópolis. Ele recorda que a família buscou um local alto, mas a água já tinha tomado conta da localidade. “Daí voltamos para casa de novo e começamos a rezar todos juntos. Foi quando veio uma bomba d’água e levou a casa rio abaixo”, relembrou.
Ele foi arrastado pela correnteza por cerca de 800 metros, até ficar preso em uma árvore. “Quando amanheceu, subi rio acima para encontrar alguém. Avistei a casa do meu tio, onde eles estavam ilhados também. Daí fiquei lá uma semana; eles cuidaram de mim, pois eu estava com as pernas todas machucadas. Após uma semana, fui resgatado por um helicóptero”. Anderson foi um dos sobreviventes da tragédia, mas perdeu 11 familiares para a força das águas e passou 40 dias no hospital.
As ações de resposta e apoio aos atingidos iniciaram no dia 23 de dezembro e encerraram apenas em janeiro de 1996. O sul catarinense foi uma das regiões mais afetadas, principalmente as cidades de Timbé do Sul, Jacinto Machado, Forquilhinha e Siderópolis. Participaram da operação o Corpo de Bombeiros (CBMSC), Polícia Militar (PMSC), Defesa Civil, o 28º Grupo de Artilharia de Campanha, além de voluntários das cidades.
A operação
Abrigos foram abertos para receber desabrigados e equipes se espalharam pela região a procura dos desaparecidos e para resgatar as vítimas que ficam ilhadas. Em meio a escuridão e às águas revoltas dos rios militares e voluntários entraram em ação para apoiar os necessitados. O quartel do Corpo de Bombeiros (CBMSC) de Araranguá estava em funcionamentos há apenas dois dias quando os primeiros pedidos de socorro chegaram. O coronel da Reserva Remunerada (RR) Vanderlei Vanderlino Vidal, então tenente comandante da unidade, lembra que receberam a informação de que uma chuva muito forte havia ocorrido em Timbé do Sul, e que pessoas estavam ilhadas, vítimas desaparecidas e também a possibilidade de mortes. “Foi decidido deslocar uma guarnição de Criciúma, pois o pelotão recém-inaugurado não possuía estrutura para atuar em salvamento”, conta.
O coronel seguiu, junto com outros quatro militares, para Timbé do Sul enfrentando a chuva e a lama. Logo na chegada se depararam com um cenário de desastre. Mesmo sabendo dos riscos a equipe se deslocou no escuro. “Reunimos os cabos de salvamento, lanternas, baterias, nadadeiras e iniciamos a subida. O cenário era de escuridão total e, ao iluminarmos o trajeto, vimos que o rio, que antes era estreito, agora era gigante, fora do leito normal. Enfrentamos água e lama até a altura do pescoço em alguns pontos”, comentou. Os bombeiros encontraram pessoas em meio às árvores e corpos.
Durante a operação as vítimas em óbito eram resgatadas pelo CBMSC e os corpos encaminhados para a necrópsia. O auxiliar médico-legal da Polícia Civil, Almir Fernandes, trabalhou nas cidades de Criciúma, Nova Veneza, Siderópolis, Içara e Balneário Rincão recolhendo os corpos. “Atuei muito na cidade de Nova Veneza e região; os bombeiros localizavam as vítimas e nós as recolhíamos”, relembrou Almir.
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