Com rombo bilionário e paralisação em nove estados, índice de entregas no prazo caiu para 76%, frustrando consumidores que compraram antecipadamente
A combinação da grave crise financeira com uma greve de servidores atingiu em cheio a operação dos Correios neste final de ano. O resultado é a frustração de milhares de brasileiros: a entrega dos presentes de Natal está atrasada e muitos pacotes não devem chegar a tempo para a ceia.
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Dados obtidos pelo Jornal da Band mostram que a pontualidade da estatal despencou. Em janeiro, o índice de encomendas entregues dentro do prazo era de 97,7%. Agora, no início de dezembro — período crucial para o comércio —, esse número caiu para 76,6%. A meta estipulada pela própria empresa é de 96%.
Consumidores sem previsão
Mesmo quem se planejou com antecedência está enfrentando problemas. É o caso da jornalista Marina Oliveira, que realizou as compras no início do mês com previsão de entrega até o dia 15 de dezembro. “Eu entro com o protocolo e é uma resposta meio vaga. Primeiro diz que está em trânsito em Cajamar (SP), depois chegou em Curitiba (PR), mas não tem previsão de quando vai entregar”, relatou.
O sistema de rastreamento impreciso tem sido uma queixa constante, deixando os clientes sem saber se os itens comprados chegarão antes do dia 25.
Greve e rombo bilionário
A situação logística foi agravada na última semana devido à greve dos servidores dos Correios. A paralisação atinge nove estados, incluindo polos importantes como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. A categoria reivindica reajuste salarial e a manutenção de direitos adquiridos.
Além da questão trabalhista, a estatal enfrenta um cenário financeiro delicado. Estima-se que o prejuízo da empresa possa chegar a R$ 10 bilhões até o fim do ano. Para tentar conter o rombo e reestruturar a operação, o Governo Federal autorizou a estatal a contrair um empréstimo de R$ 12 bilhões. Os recursos virão de um consórcio formado por cinco bancos.
O outro lado
A reportagem do Jornal da Band entrou em contato com a assessoria dos Correios para comentar os atrasos nas entregas de Natal e a queda nos índices de pontualidade, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.
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