27 de dezembro de 2025
TVBV ONLINE
Paulo Chagas

Pesquisa expõe força e dilemas da direita ao Senado em SC

Números mostram liderança de Caroline De Toni no comparativo com os demais nomes e o equilíbrio em uma disputa marcada por divisões internas (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

Os números da pesquisa Neokemp revelam um cenário claro e ao mesmo tempo delicado para a disputa ao Senado em Santa Catarina. Caroline De Toni aparece como principal nome eleitoral da direita, liderando tanto no primeiro quanto no segundo voto, o que demonstra capilaridade e recall junto ao eleitorado conservador. Seu desempenho indica que ela não apenas tem voto consolidado, mas também capacidade de transitar entre eleitores que ainda definem a segunda opção.

Carlos Bolsonaro

Carlos Bolsonaro surge logo atrás, com percentuais competitivos, mas carrega um dado que pesa contra: a alta rejeição. Com mais de um terço dos eleitores afirmando que não votariam nele “de jeito nenhum”, sua viabilidade eleitoral depende menos de crescimento e mais da redução de resistência, algo difícil em campanhas curtas e altamente polarizadas.

Esperidião Amin

Esperidião Amin, por sua vez, aparece como o nome mais estável do levantamento. Seus índices de intenção de voto são menores que os dos dois líderes, mas sua rejeição é baixa, o que o mantém vivo no jogo, especialmente em um contexto de eleição com duas vagas. Amin se posiciona como alternativa segura para o eleitor conservador que busca experiência e previsibilidade, além de ter seu nome no centro das articulações políticas estaduais.

Décio Lima

Décio Lima chama atenção pelo contraste entre intenção de voto e rejeição. Apesar de figurar tecnicamente empatado com Amin no primeiro voto, lidera disparado a rejeição, o que limita fortemente seu potencial de crescimento. Esse dado sugere um teto eleitoral baixo e reforça a dificuldade histórica do PT em ampliar espaço no Senado catarinense.

Problemas internos da direita

No conjunto, a pesquisa escancara um problema interno da direita: há votos suficientes para eleger dois senadores do mesmo campo ideológico, mas a fragmentação pode custar caro. Se não houver composição, o risco não é perder para a esquerda, mas desperdiçar votos em disputas internas. Em Santa Catarina, mais do que adversários externos, o maior desafio da direita parece ser ela mesma.

Metodologia

A Neokemp ouviu 1.200 catarinenses a partir dos 16 anos em 95 cidades do estado entre os dias 22 e 23 de dezembro de 2025. A margem de erro é de 2,8 pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%.