Operação da Polícia do RJ investiga instigação ao suicídio, armazenamento e divulgação de pornografia infantil e apologia ao nazismo
Um adolescente foi alvo de mandado de internação provisória em Balneário Piçarras, no Litoral Norte de Santa Catarina, em uma nova etapa da mobilização nacional para desarticular uma das maiores organizações criminosas do país voltadas à prática de crimes cibernéticos. A segunda fase da Operação Adolescência Segura foi deflagrada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro nesta quarta-feira (14).
Ao todo, cinco mandados de internação provisória e um de busca e apreensão foram expedidos pela Vara da Infância e Juventude do Rio de Janeiro. Os outros adolescentes foram apreendidos em Belo Horizonte (MG), Campo Grande (MS) e no Paraná. Um quinto menor de idade ainda é procurado também no Paraná. O mandado de busca foi cumprido em São Paulo.
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Os alvos são apontados pela PCERJ como integrantes de uma rede responsável por diversos crimes cometidos pela internet, como tentativa de homicídio, induzimento e instigação ao suicídio, armazenamento e divulgação de pornografia infantil e apologia ao nazismo.
Este é o segundo adolescente apreendido em Santa Catarina no âmbito da Operação Adolescência Segura. Na primeira fase, deflagrada em 15 de abril, outro menor de idade foi apreendido em Criciúma, no Litoral Sul. Um homem também foi preso na ocasião.
A operação, conduzida pela Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV) da PCERJ, tem como alvo uma rede criminosa altamente estruturada, responsável por diversos crimes de ódio em fóruns da internet e redes sociais como Discord e Telegram. Esta segunda fase ocorre a partir da perícia realizada em materiais apreendidos na primeira etapa e do monitoramento e cruzamento de dados.
Morador de rua incendiado
De acordo com a Polícia Civil do RJ, as investigações iniciaram no último dia 18 de fevereiro, quando um adolescente de 17 anos foi detido na Zona Oeste do Rio por arremessar dois coquetéis molotov contra um morador de rua, que teve 70% do corpo queimado. O crime bárbaro foi filmado e transmitido ao vivo no Discord por um segundo homem.
O adolescente foi denunciado pela própria família, após a família o reconhecer ao ver as imagens. O jovem teve o celular apreendido e, durante perícia, policiais encontraram arquivos de abuso sexual infantil.
De acordo a DCAV, a organização utiliza mecanismos de manipulação psicológica e aliciamento de vítimas em idade escolar, em um cenário de extremo risco à integridade física e mental de crianças e adolescentes. Eles coagiam as vítimas a cometer automutilação ou atos violentos. Segundo apurado, em alguns casos, havia invasões em dispositivos eletrônicos e roubo de dados e imagens, usados para ameaçar as vítimas.
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