Estados Unidos são o principal destino das exportações de SC; presidente da Federação reitera necessidade de negociações
A Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC) afirmou nesta quinta-feira (10) que é preciso avaliar a possível taxação de 50% sobre a importação de produtos brasileiros nos Estados Unidos sob os aspectos econômico, político e diplomático. A medida anunciada nesta quarta (9) pelo presidente Donald Trump pode prejudicar severamente os embarques de SC aos EUA.
Do ponto de vista econômico, a FIESC afirma que não há justificativa para a taxação, já que os Estados Unidos registram, há décadas, superávit na balança comercial com o Brasil. No aspecto político, a Federação ressalta que o Brasil é um país soberano e suas decisões, certas ou erradas, devem ser respeitadas. “Por fim, ao invés de adotar postura neutra em relação à diplomacia internacional, o Brasil repetidamente assume posições de desalinhamento com os Estados Unidos”, afirmou em um comunicado à imprensa nesta quinta-feira.
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Os EUA são o principal destino das exportações de Santa Catarina. Em 2024, o estado embarcou para lá US$ 1,74 bilhão, principalmente produtos de madeira, motores elétricos, partes de motor e cerâmica. O presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar, reitera que a diplomacia brasileira deve manter canais de negociação para evitar o cancelamento de investimentos norte-americanos no Brasil.
“A implementação da tarifa anunciada nesta quarta, de 50%, compromete a competitividade dos produtos catarinenses, uma vez que países concorrentes em setores relevantes para a pauta exportadora de SC podem ser submetidos a taxas bem inferiores”, frisa Aguiar. O presidente avalia ainda que é necessário trabalhar com serenidade pela melhor solução e considerando os interesses do Brasil.
CNI desmente Trump sobre déficit comercial
Entre as justificativas apresentadas por Donald Trump para a aplicação de taxas de 50% sobre exportações brasileiras, o presidente norte-americano afirmou que o Brasil mantêm uma relação comercial injusta com os EUA. “Concluímos que precisamos nos afastar da longa e muito injusta relação comercial gerada pelas tarifas e barreiras tarifárias e não tarifárias do Brasil”, afirmou na carta enviada ao governo brasileiro, acrescentando que as tarifas teriam causado “déficits comerciais insustentáveis contra os Estados Unidos”.
De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o país norte-americano mantém superávit comercial com o Brasil há mais de 15 anos. Somente na última década, os EUA exportaram US$ 91,6 bilhões a mais que o Brasil no comércio de bens. Incluindo o comércio de serviços, o superávit atinge US$ 256,9 bilhões. “Entre as principais economias do mundo, o Brasil é um dos poucos países com superávit a favor dos Estados Unidos”, afirma a CNI.
A Confederação aponta também que a entrada de produtos norte-americanos no Brasil estava sujeita a uma tarifa real de importação de 2,7% em 2023. A tarifa efetiva aplicada pelo Brasil aos Estados Unidos foi quatro vezes menor do que a tarifa nominal de 11,2% assumida no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC).
Veja na reportagem de Gabriel Phillipi
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