Existem artistas que caminham em linha reta, outros preferem a espiral abrindo o coração para o mundo e voltam ao ponto de partida transformados. Um deles é um dos mais talentosos que tive a honra de conhecer. Estou falando de Anderson Tombini que agora deu um grande passo e na “terra dos Beatles” lançou Shaolin, primeiro álbum solo.
Após mais de três décadas de estrada na cena musical catarinense, e com uma voz inesquecível que marcaram muitas noites, e capítulos intensos, à frente das bandas Faraway e Sonido Club ele buscou novos ares. Embalado pela renovação e uma história de amor trouxe inspirações e avançou por uma nova geografia musical.
Entre o Atlântico brasileiro e o cinza vibrante do norte inglês ele escreveu um disco que pulsa memória, silêncio, distância e reinvenção.
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Canções em português e inglês se alternam como quem respira entre dois mundos, costuradas por influências do rock nacional dos anos 70 e 80 e pelo espírito inquieto de quem decide recomeçar. O primeiro single, “Shaolin”, lançado em outubro de 2025, é um mergulho íntimo, de forma quase ritual. O segundo, “Every Silence”, em parceria com a inglesa Anna Silvers, abre outras luzes no álbum, uma tessitura soul, contemporânea, marcada por camadas vocais que se sobrepõem como ecos de cidades diferentes conversando entre si.
A trajetória recente de Tombini em Liverpool também deixou marcas profundas. Entre tributos aos Beatles, apresentações no lendário Cavern Club e participações no International Beatleweek, o músico incorporou à jornada não apenas a mitologia do rock, mas a experiência concreta de tocá-lo onde ele nasceu. Um aprendizado que ressoa nas escolhas estéticas de Shaolin, sem jamais apagar suas raízes florianopolitanas.
Agora Anderson, manezinho, cantor, compositor, instrumentista e DJ, está com data marcada para o lançamento oficial do disco no Brasil. Serão duas noites de shows em Florianópolis, nos dias 19 e 20 de março de 2026 no Bis Bistrot. Como era de esperar a venda de mesas para a primeira noite esgotou em menos de 24 horas. O músico vai reencontrar a ilha onde teve a base e devolver um verdadeiro mapa afetivo criado em uma trajetória de sucesso.
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