23 de junho de 2025
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Paulo Chagas

Audiência Pública discute os principais “gargalos” da Rota Caminhos da Neve (BR 438)

A estrada está quase pronta pelo lado catarinense. No lado gaúcho, pouco ou quase nada avança / Foto: Paulo Chagas

A audiência pública sobre o futuro da Rota Caminhos da Neve (BR 438), realizada na tarde de sexta-feira (21), em São Joaquim, evidenciou os avanços do lado catarinense, e a confirmação de que o Governo do Estado irá complementar o trecho de pouco mais de 10 km até a divisa com o Rio Grande do Sul. O Estado também investiu sozinho na construção da Ponte das Goiabeiras, sobre o Rio Pelotas. O grande gargalo está na indefinição quanto à federalização da Rodovia. As maiores dificuldades estão no lado gaúcho, com a situação praticamente estacionada, quase sem mobilização por parte das principais autoridades do Rio Grande do Sul. É como se Bom Jesus e arredores nada significasse para os gestores e as demais representações políticas do Estado. A luta do Grupo BR 438 tem sido isolada. A comunidade, há quase 40 anos tem buscado sensibilizar os governos estadual e federal, para implementação asfáltica da Rota Caminhos da Neve, visando impulsionar o desenvolvimento econômico da região, isso, de forma integrada com Santa Catarina, traçando um novo percurso entre Florianópolis (SC) e Gramado (RS).

Presenças

Prefeito de Florianópolis e presidente da Fecam, Topazio Netto, presente na Audiência / Foto: Paulo Chagas

Por mais que o interesse seja maior de parte da comunidade de Bom Jesus, no lado gaúcho, a representatividade na audiência, foi pífia. Contou apenas com a presença do coordenador do grupo BR 438, Jaziel Aguiar Pereira, do prefeito de Gramado, Nestor Tissot e do representante da Superintendência do DNIT, Daniel Benk. Além de dois vereadores de Bom Jesus. O prefeito do município, Frederico Becker, que deveria ser o principal interessado, sequer justificou a ausência. Pelo lado dos catarinenses, expressiva força política, com participação dos prefeitos de São Joaquim, Lages, Bom Jardim da Serra, Urubici e de Florianópolis. Contou ainda com a presença de dois deputados federais Daniela Reinher e Coronel Armando; dos estaduais Marcius Machado e Volnei Weber, entre inúmeras classes empresariais representativas da região.

Esforço conjunto

Novamente a representatividade catarinense, por mais que esteja avançada com relação à pavimentação e a certeza da conclusão do trecho de Santa Catarina, evidenciou a falta de tenacidade no lado gaúcho. Porém, irá atuar em conjunto para que haja avanço, e que o projeto possa avançar. Na audiência, a importante participação do diretor executivo nacional, Carlos Barros, representando o ministro dos Transportes, Renan Filho. Tecnicamente, apontou os principais problemas e as possíveis soluções, como a federalização da BR 438.

Participação da Frenlogi

Em pé, o diretor insitucional da Frenlogi, Edinho Bez / Foto: Paulo Chagas

Destaque também para a presença do diretor institucional da Frente Parlamentar Mista de Logística e Infraestrutura (Frenlogi), Edinho Bez, representando os cerca de 330 deputados e senadores. Aliás, na audiência, lá estiveram também representantes de deputados e senadores, demonstrando a valorização pela causa. A partir de agora, há expectativa de que a partir da Ata da audiência, as resoluções ganhem objetividade. Em suma, o evento chamou atenção especial, pela falta de engajamento da classe política do Rio Grande do Sul, especialmente, de parte do Governo do Estado. Houve até quem sugeriu em tom de brincadeira, de que Bom Jesus estaria disposto a ser anexado à Santa Catarina, tamanha a sensação de abandono.

Impulso à economia dos dois estados

A audiência proposta pelo grupo BR 438, teve a participação efetiva do coordenador Jaziel Aguiar Pereira, do comendador Wirto Schaeffer e do jornalista Artur Hugen. Segundo eles, a nova rota, depois de concluída, encurtará em mais de 100 km a distância entre os dois polos indutores de turismo, oferecendo uma alternativa logística estratégica para a economia dos dois estados, impulsionando igualmente o turismo regional. O trajeto deverá registrar um fluxo estimado entre dois e três mil veículos por dia, com impacto econômico anual superior a R$ 200 milhões nos municípios diretamente beneficiados. Em resumo, a integração da BR-438 e da BR-486 formará um corredor logístico que ligará a Região Serrana aos portos da região de Itajaí, promovendo significativa redução de custos no escoamento da produção regional.