Quatro Escolas levaram sambas-enredo repletos da identidade joinvilense à Avenida Beira Rio
Cerca de 18 mil pessoas prestigiaram o Desfile das Escolas de Samba na noite de sábado (3) em Joinville, no Norte de Santa Catarina. O sambas-enredo das quatro escolas apresentaram características e contaram histórias que fazem parte do imaginário joinvilense e agitaram a Avenida Beira Rio.
Abrindo os trabalhos, o Grupo Afoxé Omilodê fez a tradicional lavagem da Avenida. Ao som forte dos tambores e atabaques, cerca de 200 pessoas dançaram e cantaram limpando simbolicamente o caminho por onde passaram os foliões. A prática ocorre há 19 anos no Carnaval de Joinville e tem como principal objetivo abençoar a festa.
Em ritmo de festa e alegria, a Realeza do Carnaval de Joinville, formada pelo rei momo Felipe Sizério, rainha Bruna Cestrem, primeira princesa Juliana Rosa Pereira e segunda princesa Barbara Stefani Vale animaram o público quando fizeram o desfile de abertura.
Ao lado do prefeito Adriano Silva; da vice prefeita Rejane Gambin; do presidente da Liga das Escolas de Samba, Deyvid Silveira; do diretor administrativo da Liga, Gabriel de Paula; do secretário de Cultura e Turismo, Guilherme Gassenferth e demais autoridades, eles percorreram os 300 metros de avenida cumprimentando o público.
“Carnaval de Joinville cresce a cada ano. Esse ano com quatro arquibancadas e a avenida lotadas. Uma festa familiar, com muitas famílias acompanhando. E as escolas estão dando um show. São mais de 300 participantes em cada escola e uma mais bonita que a outra. Realmente se dedicaram e estão fazendo uma bela festa”, elogiou o prefeito Adriano Silva.
Para a realeza, representar o Carnaval de Joinville é um sonho realizado. “Eu estou com o coração repleto de amor e ternura. Pra mim o Carnaval é empoderamento, é ver que essas pessoas durante o ano trabalham, se dedicam, mas tiram um tempinho para os ensaios, fazer as fantasias. Dá para ver o amor deles na avenida e isso me deixa muito emocionada”, afirma a rainha do Carnaval de Joinville, Bruna Cestrem.
O mesmo sentimento é compartilhado pelo rei momo, Felipe Sizério. “Ver esse tanto de pessoas curtindo com a gente é muito gratificante para toda a corte do Carnaval. É mais uma cultura do nosso Brasil, acho que todas as cidades deveriam trazer mais essa cultura assim como esse ano Joinville está trazendo com uma estrutura muito grande”.
Escolas levaram histórias, costume e tradição para a avenida
Cada uma das escolas de samba teve uma hora para apresentar o espetáculo que preparou para encantar o público em 300 metros de avenida, especialmente preparada com iluminação e sonorização.
A primeira escola a desfilar foi a Príncipes do Samba, com 13 alas e duas alegorias. Um dos destaques foi a participação do MOA – Movimento Artístico Patrícia Dalchau, na comissão de frente. Com o enredo “Somos do mesmo chão – a presença negra em Joinville, uma história a ser contada”, entre os 300 integrantes uma delas, estava especialmente emocionada. Elenice de Fátima voltou a passar pela avenida 45 anos após ter participado do último desfile de Carnaval.
A G.R.E.S. Unidos do Caldeirão fez o público cantar as gírias e figuras de linguagem características da fala joinvilense. O samba enredo “Nossa expressão mais popular – Égua, vim toda vida reto e cheguei até aqui” juntou expressões como “égua, coisarada, caixão pro Billy, zarco e zica. Ao todo foram dez alas divididas em dez expressões joinvilenses e duas alegorias. Na comissão de frente, integrantes da escola encenavam um passeio de bicicleta.
Na sequência, a A.R.C.E.S. Fusão do Samba entrou na avenida com 300 integrantes, oito alas e uma alegoria. O samba enredo “Viva a Fusão é Festa de São João” homenageou as festas juninas, fazendo referências às cores, símbolos como as bandeirinhas e comidas típicas como milho, quentão e pipoca, além de quadrilhas, roupas coloridas e xadrez, com damas e cavaleiros. No casal de mestre-sala e porta-bandeira, as bandeirinhas típicas das festas de São João deram todo o charme e destaque no figurino.
Encerrando a noite de desfile, a G.R.E.S. Unidos pela Diversidade, levou para a avenida mais de 350 participantes que cantaram o samba enredo “Sonhos” evidenciando os sonhos de quem vive em Joinville, como a casa própria, a sorte, e o título de Capital da Dança. Quem representou a ala em homenagem ao maior Festival de Dança do mundo foram os alunos da Escola Municipal Pedro Ivo Campos, dez vezes campeã do Festival. Ao todo foram 16 alas e uma alegoria. Outro ponto importante abordado pela escola foi o fim do preconceito.
O Carnaval 2024 é uma realização da Prefeitura de Joinville, por meio da Secretaria de Cultura e Turismo, e da Liga das Escolas de Samba de Joinville. Pelo segundo ano consecutivo, a festa é realizada um fim de semana antes da data tradicional e se torna referência, abrindo a Folia de Momo em Santa Catarina.
“O desfile é o ápice de um trabalho que ocorre o ano inteiro pelas escolas de ensinar o samba tanto na dança, quanto na música com percussão, a parte toda de passistas e também o trabalho voltado para cenografia, construir carro alegórico. Então, é uma entrega de um ano todo que hoje é colocada para o público. Joinville tem mais de 100 anos de tradição com o Carnaval e hoje estamos muito orgulhosos de fazer essa parceria com a Liga, as Escolas e blocos, colocando o Carnaval de Joinville em evidência”, afirma o secretário de Cultura e Turismo, Guilherme Gassenferth.
Fotos: PMJ