26 de julho de 2024
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Casal que arrecadava dinheiro para tratamento de doença rara do filho é preso

Foto: Reprodução/Redes sociais

Pais realizaram a campanha ‘AME Jonatas’ e tiveram prisão por estelionato e apropriação indébita decretada em março

Foram presos nesta quarta-feira (22) em Joinville, no Norte de Santa Catarina, Aline e Renato Openkoski, pais do menino Jonatas, que era portador de Atrofia Muscular Espinhal (AME). O casal havia descoberto a doença do filho em 2017 e no mesmo ano realizou a campanha AME Jonatas para arrecadar dinheiro para pagar o tratamento.

Aline e Renato foram condenados pela Justiça catarinense em 2022 por estelionato e apropriação indébita de pessoa com deficiência, após terem usado mais de R$ 3 milhões arrecadados na campanha para outros fins, entre compra de roupas, joias, sapatos, celulares, um carro e uma viagem a Fernando de Noronha.

 

O casal recorreu em liberdade, mas o processo transitou em julgado em março deste ano e, no mesmo dia, um mandado de prisão foi expedido. Eles estavam foragidos desde então e foram encontrados no início da tarde desta quarta no bairro Morro do Meio, em Joinville.

Aline e Renato receberam penas que juntas chegam a 70 anos de prisão em regime fechado. O pai deve pegar 44 anos de prisão, além de multa. Já a mãe foi condenada a 26 anos e multa. A denúncia partiu do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) em 2018.

AME Jonatas

O menino Jonatas Openkoski morreu aos 5 anos em janeiro de 2022 em decorrência da Atrofia Muscular Espinhal (AME). Essa é uma doença rara e degenerativa que interfere na capacidade do corpo de produzir uma proteína essencial para a sobrevivência dos neurônios motores, responsáveis por gestos voluntários vitais, como respirar, engolir e se mover. Os neurônios motores morrem devido à falta da proteína e os pacientes vão, pouco a pouco, sentindo os sinais e sintomas da doença, que pode levar à morte.

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O diagnóstico foi dado em 2017. O tratamento indicado para Jonatas eram doses de uma vacina importada dos Estados Unidos que custavam um total de R$ 3 milhões. Sem condições de pagar, os pais fizeram a campanha de arrecadação. Ainda em 2017, o casal anunciou nas redes sociais que conseguiu arrecadar o valor, mas continuariam recebendo dinheiro para cobrir gastos com equipamentos para manter o menino.

Na denúncia, o MPSC afirmou que a forma como o dinheiro foi usado não foi divulgado com transparência, e parte dos recursos foi utilizada para comprar celulares, peças de carro, um faqueiro, um skate, roupas, sapatos, joias, pagar academia para a família, um carro novo de R$ 140 mil e uma viagem de R$ 7,8 mil a Fernando de Noronha.