Campus de Florianópolis leva o nome de João David Ferreira Lima, primeiro reitor da instituição
O Conselho Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) irá votar em sessão ordinária a retirada do nome de João David Ferreira Lima, primeiro reitor da instituição, do Campus de Florianópolis. A medida é uma das recomendações do relatório da Comissão da Memória e Verdade (CMV-UFSC), apreciado pelo Conselho nessa terça-feira (29).
A CMV-UFSC apurou que Ferreira Lima colaborou com a ditadura civil-militar brasileira (1964-1985), denunciando professores e estudantes da universidade por atividades consideradas subversivas. A sessão de terça-feira foi marcada por manifestações no Auditório da Reitoria, em apoio à retirada da homenagem.
O conselheiro-relator do processo que encaminha as recomendações da CMV, professor Ubirajara Franco Moreno, manifestou-se favorável a algumas medidas, mas afirmou que ainda há dúvidas de como deve ser conduzido o processo de retirada de homenagens concedidas pela UFSC. Ele defende, em seu parecer, que se deva respeitar o mesmo trâmite da concessão da honraria, considerando o princípio da simetria.
Moreno ressaltou que o objetivo vai além do caso do ex-reitor, abrangendo todas as honrarias concedidas pela UFSC, por se tratar de uma questão de memória institucional. Além disso, haveria outras denúncias de perseguição a membros da comunidade universitária feita por outros servidores públicos à época da ditadura, conforme relataram alguns membros do conselho.
Embora a questão ainda não esteja em votação, alguns conselheiros que fizeram o uso da palavra na última sessão já se manifestaram favoráveis à retirada do nome de João David Ferreira Lima do Campus de Florianópolis. Durante a reunião, alunos levantaram cartazes com fotos de desaparecidos e perseguidos pela ditadura civil-militar. O Diretório Central de Estudantes (DCE) levou uma faixa questionando a localização de mortos e desaparecidos.

Contraponto
A advogada Heloisa Blasi Rodrigues, que defende os interesses da família de João David Ferreira Lima, esteve na sessão e pediu a nulidade do relatório da CMV. Ela argumentou que a Comissão não teria legitimidade para elaborar o relatório do assunto, pois teria de ser formada somente por membros do Conselho Universitário.
A família de João David Ferreira Lima já havia pedido a impugnação do relatório em 2023 com alguns argumentos, incluindo a composição dos membros da comissão. À época, a Procuradoria Federal junto à UFSC, destinatária da petição, entendeu que se tratava de matéria do Conselho Universitário e esse teria competência para decidir a respeito. Contudo, conforme consta no processo, o regimento permite que a comissão seja mista – composta por membros e não membros do Conselho Universitário. Além disso, segundo a CMV-UFSC, a advogada da família foi ouvida durante os trabalhos da comissão e antes da elaboração do relatório final.
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