30 de julho de 2025
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Saúde

Conselho Federal de Medicina proíbe anestesia para a realização de tatuagens

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Discussão ganhou força após morte em Santa Catarina

O Conselho Federal de Medicina proibiu a utilização de anestesia para a realização de tatuagens, “independentemente da extensão ou localização” do desenho. Os médicos estão vedados de fazer tanto anestesia geral como local, e também sedação. A medida foi publicada nesta segunda-feira (28) no Diário Oficial da União.

Segundo a resolução, o uso de anestesias está liberado apenas em “procedimentos anestésicos destinados a viabilizar a tatuagem com indicação médica para reconstrução”, como a pigmentação da aréola mamária após cirurgia de retirada das mamas, em mulheres que passaram por tratamento de câncer de mama.

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Mesmo nessas situações, o CFM determina que o procedimento deve ocorrer em ambiente de saúde “com infraestrutura adequada, incluindo avaliação pré-anestésica, monitoramento contínuo, equipamentos de suporte à vida e equipe treinada para intercorrências”.

Caso com morte em SC

A resolução considera o crescimento recente da participação de médicos na administração de agentes anestésicos para facilitar a realização de tatuagens extensas ou em áreas sensíveis. Em janeiro deste ano, o influenciador e empresário Ricardo Godoi morreu após sofrer uma parada cardiorrespiratória enquanto era sedado para a realização de uma tatuagem nas costas em Itapema. O anestesista responsável foi denunciado pelo Ministério Público (MPSC) por homicídio culposo por negligência médica.

Foto: Redes sociais/Reprodução

“A participação médica nesses contextos, especialmente envolvendo sedação profunda ou anestesia geral para a realização de tatuagens, configura um cenário preocupante, pois não existe evidência clara de segurança dos pacientes e à saúde pública. Ao viabilizar a execução de tatuagens de grande extensão corporal, que seriam intoleráveis sem suporte anestésico, a prática eleva demasiadamente o risco de absorção sistêmica dos pigmentos, metais pesados (cádmio, níquel, chumbo e cromo) e outros componentes das tintas”, explica Diogo Sampaio, relator da medida do CFM.

Riscos e preparo

Sampaio também argumenta que “a execução de qualquer ato anestésico envolve riscos intrínsecos ao paciente” e que o uso de anestesia para a realização de tatuagens, sem finalidade terapêutica “colide frontalmente” com a avaliação criteriosa da relação risco benefício. Além disso, diz que os estúdios de tatuagem não cumprem os requisitos mínimos para a prática anestésica segura.

A decisão do CFM recebeu o apoio da Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA). Em nota, a entidade destacou que “o uso de técnicas anestésicas, mesmo em situações consideradas simples ou estéticas, envolve riscos que exigem preparo, ambiente apropriado e protocolos rigorosos de segurança.”

Para isso, de acordo com a SBA, é preciso que o paciente passe por avaliação pré-anestésica detalhada e seu consentimento seja livre e esclarecido, após receber informações claras sobre os riscos e benefícios do procedimento. O procedimento também deve ser feito em “ambiente com estrutura adequada, monitorização, equipamentos de suporte à vida e equipe preparada para eventuais complicações.”

           

             

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