Reflexos podem acarretar em estagnação econômica e migração populacional
Os efeitos da sobretaxa de 50% aos produtos brasileiros importados e uma possível estagnação ou crise econômica nos Estados Unidos serão sentidos principalmente em regiões e municípios com menos diversidade de produção e com alta exposição ao mercado americano. É o que aponta um estudo realizado pela Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC), divulgado nesta quarta-feira (10).
A nota técnica aponta as regiões do estado que mais podem ter a receita afetada e quais os reflexos disso no curto e longo prazos. “Mesmo no cenário mais otimista com que trabalhamos, estimamos queda de 0,53% no PIB da região Serrana, dada a menor diversificação industrial e a forte especialização na produção madeireira, majoritariamente destinada aos EUA”, explica o economista-chefe da entidade, Pablo Bittencourt.
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Diante de uma redução de 30% das exportações, mesmo em até dois anos, uma das consequências esperadas pela FIESC é a estagnação da economia da Serra catarinense e a migração da população, especialmente para o litoral, padrão já observado em décadas recentes.
O estudo observou também cenários mais críticos, onde foi considerada a redução de 50% e 70% nas vendas para os Estados Unidos, o que provocaria um impacto de mais de 100 mil empregos em um período de quatro anos. Para a Federação, essas situações podem ocorrer caso a economia dos EUA entre em crise ou estagne por muito tempo.
Atrás da Serra, a mesorregião Norte seria a mais afetada, com redução de 0,30% do PIB no cenário mais provável. Bittencourt explica que, embora abrigue municípios afetados por setores vulneráveis e com diversificação semelhante à Serrana, o Norte demonstra impactos ligeiramente menores. “A presença de centros industriais mais diversificados, como Joinville e Jaraguá do Sul, devem amortecer o impacto à mesorregião como um todo”, salienta.
A terceira região mais impactada, com recuo de 0,25% do PIB, seria a Oeste, seguida pela mesorregião do Vale do Itajaí (-0,22%) e do Sul, com queda de 0,17% entre um e dois anos. A Grande Florianópolis, no entanto, não deve observar queda do PIB a curto prazo, segundo a nota técnica da FIESC. A situação da Capital, no entanto, se agrava no prazo de dois a quatro anos, quando a mesorregião pode perder 0,99% do PIB por conta do efeito cascata em setores como comércio e serviços.
Qual seria o município mais afetado
O mapeamento realizado pela FIESC apontou também os reflexos do tarifaço nos municípios. Salete, no Vale do Itajaí, tem potencial para ser o mais afetado, considerando o cenário mais provável. No entanto, considerando o fato de a cidade ter alto nível de desenvolvimento (medido por indicador da Firjan) pode minimizar os efeitos. Já o segundo e terceiro municípios com maior impacto são Capão Alto, na Serra, e Itá, no Oeste – ambos com baixo nível de desenvolvimento.
Ao todo, Santa Catarina pode ter um recuo de R$ 1,2 bilhão no PIB no cenário de queda de 30% das exportações para os EUA em até dois anos. Esse impacto pode acarretar na perda de cerca de 20 mil empregos e de R$ 171,9 milhões na arrecadação de ICMS no período.
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