Apesar da insegurança, tarifas sobre madeira e autopeças não devem chegar a 50%, afirma presidente da Câmara de Comércio Exterior
Uma análise realizada pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC) aponta que os principais produtos da pauta exportadora do estado não estão na lista de isenções do tarifaço de 50% anunciado pelos Estados Unidos sobre a compra de produtos brasileiros. A taxação entra em vigar na próxima quarta-feira (6).
O governo norte-americano divulgou nesta quarta-feira (30), mesma data em que a Ordem Executiva que impõe as tarifas foi assinado pelo presidente Donald Trump, uma lista com 694 produtos brasileiros que ficaram de fora do acréscimo nos preços. Confira os principais itens:
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- Derivados de petróleo, gás natural e carvão
- Derivados de ferro, aço, alumínio e cobre
- Polpa de madeira
- Metais preciosos
- Celulose
- Suco e polpa de laranja
- Fertilizantes
- Aviões civis e componentes
Apesar de os principais produtos exportados por Santa Catarina estarem fora da lista, a presidente da Câmara de Comércio Exterior da FIESC, Maria Teresa Bustamante, explica que a situação dos exportadores catarinenses deve ser avaliada caso a caso, considerando a longa lista de exceções.
“Os produtos de madeira e derivados, como móveis, que lideram as exportações catarinenses para os Estados Unidos, estão sob investigação pela seção 232. Até o fim da investigação, essas mercadorias seguem sendo tarifadas com alíquotas anteriores ao anúncio do tarifaço”, explica.
Já o segmento de veículos e autopeças, segundo na lista dos principais produtos, têm taxa fixada em 25%, a mesma para todos os países do mundo. Não haverá sobretaxa de 50% ao setor. “A lista de produtos isentos é extensa e muito particular. Um setor pode ter produtos dentro e fora da lista. Cabe à indústria avaliar com cuidado o documento e identificar possíveis exclusões considerando a classificação de cada um de seus produtos conforme a Comissão de Comércio Internacional dos EUA”, explica Maitê.
Pesquisa com exportadores
A análise da FIESC foi divulgada nesta quinta-feira (31), juntamente com o resultado de uma pesquisa realizada pela Federação junto às indústrias exportadoras catarinenses, antes do anúncio da isenção de quase 700 produtos. Das empresas que responderam ao questionário, 69,23% afirmam que já tiveram recuo no volume de pedidos dos importadores norte-americanos desde o anúncio das tarifas pelos EUA, em 9 de junho.
“A pesquisa mostra que as perspectivas do setor para os próximos seis meses são de um cenário de redução de pedidos, demissões e recuo significativo no faturamento, demandando uma ação rápida e assertiva do poder público, de forma a preservar empregos e a nossa economia”, resume Mario Cezar de Aguiar, presidente da FIESC.
A queda na receita deve atingir 93,8% das exportadoras, e 51,2% delas preveem perdas de mais de 30% no faturamento. O reflexo nos empregos também é claro: 72,1% das indústrias pesquisadas estimam demissões. “O fator positivo é que 61,4% das indústrias já estão prospectando novos mercados internacionais, de forma a reduzir sua exposição aos Estados Unidos”, explica Pablo Bittencourt, economista-chefe da Federação.
Polícia investiga caso de explosivo detonado em igreja histórica de SC
Homem foi flagrado colocando artefato em altar; local é tombado pelo Iphan
A Polícia Civil (PCSC) abriu um inquérito para apurar o caso de um homem que detonou um explosivo no altar de uma igreja católica histórica de mais de um século em Santa Catarina. O caso ocorreu nesta quarta-feira (30) no interior de Itaiópolis, no Norte de Santa Catarina, e foi registrado por uma câmera de monitoramento.