26 de julho de 2024
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Economia

IBGE aponta que desemprego e informalidade são maiores entre PCDs; veja

Uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada na última terça-feira (21),mas realizada em 2019, afirma que a taxa de participação de pessoas com deficiência (PCDs) no mercado de trabalho, era de 28,3%, menos da metade do que entre as pessoas sem deficiência, que chegava a 66,3%.

A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) abordou não apenas os número de pessoas com deficiência empregadas, mas também a média salarial, o acesso a tecnologia, a idade e gênero de inserção ao mercado de trabalho, acesso a saneamento básico e acesso a educação.

A taxa de formalização indica se os trabalhadores estão em ocupações formais ou informais. Enquanto mais da metade das pessoas sem deficiência, que trabalhavam, estava empregada em postos formais, esse indicador era de 34,3% entre aqueles com deficiência. As pessoas com mais de uma deficiência tiveram um percentual ainda menor, chegando em 27,3%.

 

De acordo com a pesquisa, quando o tema é salarial, as pessoas com deficiência recebiam, em média, R$ 1.639 mensais como rendimento do trabalho. Isso representa cerca de dois terços dos rendimentos das pessoas sem deficiência, que recebiam uma média de R$ 2.619 por mês naquele ano.

Confira a tabela por ocupação:

Outro ponto abordado pelo estudo são os efeitos na inserção no mercado de trabalho, das pessoas entre 15 e 59 anos, que moravam com crianças e idosos com deficiência. A pesquisa mostrou que as mulheres eram as mais afetadas.

“A diferença é bem maior quando há criança ou idoso com deficiência no domicílio e o papel de cuidador atinge mais as mulheres. Isso mostra uma questão importante para elaboração de políticas públicas que auxiliem a manter ou inserir as pessoas no mercado de trabalho, caso isso seja um desejo delas”, ressalta o analista da pesquisa.

Cerca de 21,9% das pessoas com deficiência receberam algum cuidado em reabilitação. Para mais da metade delas, cerca de 58,1%, o tratamento foi coberto pelo Sistema Único de Saúde (SUS), enquanto para 41,9%, por plano de saúde, particular ou outra modalidade

Quando abordou o tema pobreza, o PNS 2019 revelou que 5,1% das pessoas com deficiência estavam abaixo da linha da pobreza extrema e, 18,2%, abaixo da linha de pobreza. Entre os tipos de deficiência, as pessoas com deficiência visual apresentaram os menores números. Cerca de 6,4% delas estavam na pobreza extrema e, 22,5%, na pobreza.

O saneamento básico e a internet no domicílio também foram abordados no estudo. Apenas 58,2% das pessoas com deficiência tinham acesso simultâneo a serviços de esgotamento sanitário por rede coletora, pluvial ou fossa ligada à rede, água por rede geral e coleta de lixo (seja direta ou indireta). Entre aqueles sem deficiência, esse percentual era de 62,4%.

As pessoas com deficiência visual também apresentaram as menores proporções de acesso simultâneo a esses três serviços (46,7%). Cerca de 68,8% das pessoas com deficiência tinham internet em casa, enquanto para as pessoas sem deficiência essa proporção é de 86,1%.

Confira os dados dos indicadores completos:

Os dados são da publicação Pessoas com Deficiência e as Desigualdades Sociais no Brasil. Acesse a pesquisa completa clicando aqui.

Foto: Pixabey/Reprodução