Bobadilla teria chamado o lateral Navarro, do Talleres, de “venezuelano morto de fome”; São Paulo ainda não se pronunciou
O jogador do São Paulo Damián Bobadilla pode ser condenado a quatro meses de suspensão no futebol por um caso de xenofobia. O insulto teria acontecido na noite desta terça-feira (27), na partida entre o tricolor e o Talleres, da Argentina. Quando o atacante Luciano marcou o gol da vitória por 2×1, por volta dos 40 minutos do segundo tempo, o paraguaio do tricolor se dirigiu ao lateral Navarro, da equipe argentina, e o chamou de “venezuelano morto de fome”, conforme consta no Boletim de Ocorrência registrado pelo jogador. A pena para o jogador está prevista no artigo 15 do regulamento da Conmembol, entidade máxima do futebol sul-americano.
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“Qualquer jogador ou oficial que insultar o atentar contra a dignidade humana de outra pessoa ou grupo de pessoas, por qualquer meio, tendo como motivos a cor da pele, raça, sexo ou orientação sexual, etnia, idioma, credo ou origem, será suspenso por pelo menos dez (10) partidas ou por um período mínimo de quatro (4) meses”, diz o trecho.
“Em caso de reincidência, podem ser penalizados com a proibição de exercício atividades relacionadas ao futebol por cinco (5) anos, ou qualquer outra sanção adicionais estabelecidos no artigo 6º deste Código”, conclui.
O caso
Após ser insultado por Bobadilla, Navarro começou a chorar e ameaçou deixar o jogo antes mesmo do término. Ele foi amplamente aparado pelos jogadores de ambas as equipes, que o convenceram a mudar de ideia e seguir na partida. Ao término da partida, mesmo indignado com a situação, o venezuelano se negou a falar sobre o que tinha acontecido em entrevista. O caso de xenofobia só veio à tona depois que ele foi até uma delegacia de polícia e registrou um B.O.
Navarro foi ao Juizado Especial Criminal do MorumBis para registro de ocorrência. Policiais militares chegaram a ir ao vestiário do São Paulo em busca de Bobadilla, mas o volante já havia deixado o estádio. A Conmebol só vai se pronunciar após analisar os depoimentos e a súmula da partida, que não é divulgada pela entidade por procedimento.
São Paulo calado
O São Paulo ainda não se pronunciou sobre o caso, mas em março, quando o atacante Luighi, do Palmeiras, foi alvo de insultos, enviou um pedido para a Conmenbol uma lista de propostas para endurecimento para casos de racismo e xenofobia. Veja a lista:
– Perda de três pontos pelos clubes cujos torcedores, representantes ou membros da comissão técnica cometerem atos de racismo, com possibilidade de perda de um ponto se houver a identificação e responsabilização criminal dos envolvidos.
– Multas de até US$ 500 mil (cerca de R$ 2,8 milhões) para os clubes, podendo ser reduzida para US$ 100 mil (cerca de R$ 571 mil) se houver identificação.
– Eliminação do torneio em caso de reincidência do clube.
– Responsabilização de árbitros que deixarem de aplicar o protocolo de racismo da Fifa, com multa para a associação responsável.
– Registro de torcedores, atletas, dirigentes e membros de comissão técnica para que outras medidas possam ser aplicadas em caso de reincidência.
– Transparência nos processos disciplinares e punições, que devem ser divulgados publicamente.
Com informações de Band.com.br
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