Antes de Prevost, o primeiro pontífice registrado em vídeo e o excomungador de Martinho Lutero também usaram o título
A Igreja Católica tem um novo líder. O estadunidense Robert Prevost foi o eleito, em um conclave de 133 cardeais, para assumir o trono da Santa Sé a partir desta quinta-feira (8). Como parte da tradição, o 267º Papa escolheu para seu pontificado o título de Leão XIV, e é o primeiro a carregar este nome em mais de um século.
Ao contrário do desejo deixado pelo Papa Francisco antes de morrer no último dia 21 de abril, de que seu sucessor escolhesse o nome de João XXIV, Prevost decidiu honrar o legado de Leão XIII, autor da encíclica Rerum Novarum (1891), marco da instituição da Doutrina Social da Igreja.
O último “xará” de Prevost foi o cardeal italiano Vincenzo Gioacchino Raffaele Luigi Pecci, que assumiu como Papa Leão XIII em 1878. Em seus 25 anos de pontificado, ele conduziu os católicos com uma postura antiliberal, mas buscou promover o diálogo com o mundo moderno, incentivou o estudo de São Tomás de Aquino como base do pensamento católico e inaugurou um novo olhar da Igreja sobre os operários, os direitos dos trabalhadores e a justiça social.
Considerado o “Papa da modernidade”, Leão XIII construiu seu legado ao abrir caminhos para a inserção do Vaticano nos debates contemporâneos sem abdicar da tradição. Ele preparou o terreno para muitos dos avanços que seriam consolidados por papas como Pio XI, João XXIII e João Paulo II.
Seu papado é visto como uma transição entre a Igreja do século XIX conduzida por um Papa como autoridade suprema em questões de fé, moral e política, e a Igreja social e engajada com trabalhos pastorais no século XX. Leão XIII faleceu em 1903, sagrando-se como o primeiro Papa registrado em imagem e som por uma câmera.
Quem foi o 1º Leão?
O primeiro pontífice a escolher este título para conduzir o papado ficou conhecido como São Leão Magno. Leão I foi um dos mais importantes líderes da Igreja Católica entre 440 a 461, sendo o responsável por firmar a autoridade do Papa como guia espiritual e político dos cristãos e soberano de toda a Igreja, inclusive sobre os patriarcas do Oriente.
Leão I também é lembrado como autor da carta que definiu que Jesus tem duas naturezas, divina e humana, “sem confusão, sem mudança, sem divisão e sem separação”, e que considerar essas naturezas como separadas seria uma heresia. Seu papel diplomático foi fundamental para garantir a segurança de Roma, pois convenceu pessoalmente Átila, o Huno, a não invadir a cidade em 452.
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Outros Leões famosos
Leão III (795–816)
Responsável por coroar Carlos Magno como imperador do Sacro Império Romano-Germânico, Leão III contribuiu para unir os povos germânicos cristianizados na Europa. A medida reforçou a legitimidade política do papa e contribuiu para a formação da Idade Média Cristã, unindo a autoridade espiritual e imperial.
Leão IX (1049–1054)
Foi peça chave no Grande Cisma do Oriente, que resultou na separação das Igrejas Católica Romana (Ocidente) e Ortodoxa Oriental. Este evento foi marcado pela excomunhão mútua entre Leão IX, em Roma, e o Patriarca Miguel Cerulário, de Constantinopla.
Leão IX também foi o autor de reformas profundas na Santa Sé contra a compra de cargos eclesiásticos e o concubinato do clero. Precursor da Reforma Gregoriana, que visava aumentar o poder do Papa e fortalecer a autonomia da Igreja, foi peça-chave na transição da Igreja para um modelo centralizado, moralmente exigente e politicamente atuante.
Leão X (1513–1521)
Uma das figuras mais emblemáticas da história da Igreja Católica, Giovanni di Lorenzo de’ Medici era filho de Lourenço, o Magnífico, importante estadista italiano e soberano da República Florentina durante o Renascimento. Leão X contribuiu grandemente para o legado artístico e arquitetônico do Vaticano, sendo patrocinador dos artistas Rafael Michelangelo e também responsável por financiar a construção da Basílica de São Pedro.
Um dos momentos mais marcantes de seu papado foi em 1517, quando Martinho Lutero publicou as 95 Teses em que propunha reformas para a Igreja Católica. Segundo historiadores, Leão X reagiu com lentidão e autoritarismo. Excomungou Lutero em 1521, agravando a ruptura que se acarretaria na Reforma Protestante.
Empresários criam empresa fantasma e sonegam R$ 48 milhões com notas falsas
Investigados são alvo de operação em SC, DF e SP
Empresários que sonegaram cerca de R$ 48 milhões em impostos são alvo de uma operação da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrada nesta quinta-feira (8) com apoio da PC de Santa Catarina (PCSC). A operação ‘Hollow Company’ cumpriu 16 mandados de busca e apreensão em três unidades da federação.
