3 de novembro de 2025
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Paulo Chagas

Manejo sustentável da araucária: avanço ou risco?

Proposta de Carol De Toni busca conciliar preservação da araucária com geração de renda para produtores rurais / Foto: Vinicius Loures / Câmara dos Deputados

A deputada federal Carol De Toni (PL-SC) protocolou o Projeto de Lei 4575/2025, que propõe flexibilizar o manejo sustentável da araucária, espécie símbolo do Sul do Brasil e integrante do bioma Mata Atlântica. A ideia é permitir que produtores possam manejar a árvore em áreas já alteradas, sistemas agroflorestais e plantios comerciais, desde que apresentem um plano técnico simples. O texto também prevê linhas de crédito, apoio à certificação e assistência técnica, sem permitir cortes em áreas de preservação permanente ou reservas legais. A araucária, classificada como “em perigo de extinção”, é fundamental para a conservação do solo, retenção de água e manutenção da biodiversidade. Hoje, a legislação praticamente impede seu manejo, o que, segundo a deputada, desestimula produtores a preservá-la ou plantá-la. O projeto busca inverter essa lógica, transformando a conservação em oportunidade de renda e desenvolvimento sustentável.

A ideia não é de hoje

Seja como for, a iniciativa da deputada Carol De Toni abre um debate necessário: como conciliar preservação e uso produtivo de espécies ameaçadas. O risco de flexibilizar normas ambientais sempre existe, sobretudo em um país marcado por pressões econômicas sobre os recursos naturais. Mas é fato que a proibição rígida muitas vezes gera efeito contrário, desestimulando o plantio e levando ao abandono de áreas. Se bem regulado e fiscalizado, o projeto pode ser um passo importante para transformar a araucária de símbolo ameaçado em protagonista de uma nova lógica de conservação ativa e rentável. O desafio será garantir que a proposta não se torne brecha para exploração predatória. Em suma, a discussão ocorre há muito tempo.

Parajasc transformam Lages em palco da inclusão

Até domingo, 21 de setembro, Lages vive intensamente a 18ª edição dos Jogos Abertos Paradesportivos de Santa Catarina (Parajasc). O município recebeu mais de 2.400 atletas de 74 cidades, recorde de participantes na história do evento. São 14 modalidades paradesportivas, reunindo desde estreantes até campeões já consagrados. Lages participa com sua maior delegação já registrada, 145 atletas, e transformou-se em verdadeira vitrine de inclusão através do esporte. A cidade respira integração e superação em cada ginásio, escola e espaço esportivo.

Inclusão na prática

Mais do que um evento esportivo, os Parajasc lançam um recado claro: inclusão não pode ser bandeira apenas no discurso, mas prática cotidiana. O esforço de atletas, técnicos e famílias emociona, mas também aponta para a responsabilidade do poder público em garantir acessibilidade e políticas permanentes. Que o brilho desses dias não se apague na segunda-feira, mas se traduza em legado duradouro para Lages e para Santa Catarina.