26 de julho de 2024
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Policial

Marido é condenado por feminicídio e ocultação de cadáver no Caso Vanisse

O crime aconteceu em julho de 2020, mas corpo nunca foi encontrado

Depois de 22 horas de julgamento, o Conselho de Sentença acatou integralmente a tese do Ministério Púbico de Santa Catarina (MP-SC) e, na manhã desta sexta-feira (31), Isonir Venturi, marido da vítima, e seu irmão, Isael Venturi, cunhado da vítima, foram condenados pela morte de Vanisse Helena Vieira Venturi. Ela foi vista pela última vez entrando em um galpão, próximo à residência onde morava em Agronômica.

Isonir Venturi foi condenado a 25 anos e nove meses de reclusão por homicídio qualificado por motivo torpe, feminicídio praticado no contexto de violência doméstica e familiar e ocultação de cadáver. Irmão de Isonir, Isael Venturi foi condenado a um ano, seis meses e 20 dias de reclusão por ocultação de cadáver.

Na sentença, também foi determinada a emissão do atestado de óbito da vítima, fazendo constar a data de 22 de julho de 2020 como a morte de Vanisse. Além disso, foi acatado o pedido do MP-SC para indenizar o filho menor de idade da vítima, no valor mínimo de R$ 1 milhão, por reparação de danos, inclusive morais, e tomando por base o patrimônio do réu e o intenso sofrimento causado ao órfão pela morte da mãe.

 

A Lei Processual Penal admite que, em casos sem corpo, seja feito exame indireto para auxiliar a elucidar a materialidade do crime. Dessa forma, durante os debates, os Promotores de Justiça Lanna Gabriela Bruning Simoni e Felipe de Oliveira Neiva, apresentaram os resultados das provas colhidas, bem como os relatórios do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) e investigações da Polícia Civil.

“Não é comum termos um júri sem corpo, mas diante de todos os elementos probatórios entre laudos periciais, reprodução simulada dos fatos e principalmente os depoimentos testemunhais, pudemos dar a convicção necessária aos jurados para que pudessem então votar pela condenação do Isonir e do Isael”, completa Simoni.

“Foi um processo de investigação bastante longo, passou pela Polícia Civil, pelo GAECO com diversas oitivas e provas coletadas para conseguimos obter essa condenação. Os jurados entenderam todas as provas que foram colocadas. Mesmo diante desse grande tempo de sessão, conseguimos vencer o cansaço e obter a justiça mais uma vez”, frisou Neiva.

Comovida com o caso, a população compareceu ao Fórum de Rio do Sul para assistir o julgamento e, logo no início do júri, às nove horas da manhã de quinta-feira (30), já havia fila para entrar no prédio. No plenário, familiares de Vanisse e dos réus atravessaram a madrugada aguardando pela leitura da sentença.

Foto: Reprodução