30 de outubro de 2025
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Policial

Médico acusado por ‘X-Tudo’ de cirurgias plásticas é condenado por lesão grave

Paciente sofreu danos permanentes e passou 2 meses hospitalizada após combo de procedimentos em 10 horas

O cirurgião plástico Marcelo Evandro dos Santos foi condenado nesta quarta-feira (29) a cinco anos de prisão por lesão corporal grave. Ele foi o responsável pelo caso de uma paciente em Florianópolis que ganhou grande repercussão, após ela ficar dois meses internada por complicações de um combo de cirurgias chamado de “X-Tudo”. A pena deve ser cumprida em regime semiaberto, mas ele ainda pode recorrer.

A vítima do caso, Letícia Mello, sofreu queimaduras e necroses, amputou os dois seios, ficou 20 dias com feridas abertas e teve cicatrizes permanentes em várias partes do corpo. Ela pagou R$ 83 mil por 12 procedimentos estéticos em fevereiro de 2024, que foram todos realizados em sequência em apenas 10 horas. As cirurgias corretivas com outro médico custaram R$ 600 mil.

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Segundo Letícia, Marcelo Evandro realizou o combo de cirurgias, chamado pelo próprio profissional de “X-Tudo”, sem ao menos informar a quantidade de procedimentos que seriam feitos de uma só vez, nem os riscos envolvidos. “Não sabia o total de cirurgias, não sabia que havia um percentual [limite] de gordura a ser retirado, o que foi ultrapassado. E não foi passado o que estava acontecendo comigo”, afirmou a neuropsicopedagoga.

Fotos: Arquivo pessoal/Reprodução

O cirurgião se apresentava como uma referência em cirurgias de mamas, abdome e “lipo de definição”. Além de atender em Florianópolis, ele também tinha consultório em Itajaí, no Litoral Norte de Santa Catarina. Marcelo responde ainda a outros oito processos por erros em cirurgias plásticas. O Conselho Regional de Medicina (CRM-SC) deve votar no próximo dia 11 de novembro a cassação definitiva do registro do profissional.

O que diz o médico

Por meio de nota, a defesa de Marcelo Evandro dos Santos afirma que recebeu com serenidade a condenação em primeira instância, mesmo sem concordar com a fundamentação da decisão. Os advogados afirmam que irão recorrer ao Tribunal de Justiça (TJSC).

Para a defesa, o Instituto Geral de Perícias (IGP), que realizou o laudo que baseou a denúncia, não possui expertise técnica necessária para avaliar a complexidade da situação. “Por essa razão, foi produzido um contra laudo independente, elaborado por um dos mais renomados peritos de Santa Catarina, o qual identificou falhas técnicas e inconsistências no laudo oficial, demonstrando que a paciente apresentava um fator genético pré-existente, que durante o ato cirúrgico, evoluiu para doença sintomática, responsável pelas complicações equivocadamente atribuídas à conduta do médico”, escreve a nota.

O não uso do laudo independente caracteriza, para os advogados, cerceamento do “pleno exercício do contraditório e da ampla defesa”. Por fim, Marcelo também lamentou o ocorrido com Letícia e se solidarizou com a paciente e seus familiares, “sem deixar de reafirmar que agiu dentro dos parâmetros técnicos e científicos reconhecidos pela medicina”.

           

             

Esquema de inserção de celulares em penitenciária tem mais 19 presos

Chegam a 28 os alvos da Operação Corrosão, iniciada em Joinville

Dezenove pessoas foram alvos de mandados de prisão preventiva na manhã desta quinta-feira (30) nas cidades de Joinville e Araquari, no Norte de Santa Catarina. A ação é um desdobramento da Operação Corrosão, que tem como alvo um esquema de inserção clandestina de celulares no sistema prisional para uso de uma organização criminosa. Com esta fase, chega a 28 o total de investigados presos.

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