Quando o Sol desponta sobre a Ilha de Santa Catarina os primeiros raios ressalvam esta localidade. No sopé do Cambirela, a vida se deita, com casas pequenas e o tempo passa devagar pelas vielas que descem até o mar. É um dos primeiros povoados de nossa região. O ar calmo e tranquilo remete a paz e a tranquilidade. As casas antigas coloridas de arquitetura açoriana, algumas delas datadas de 1850, provocam uma verdadeira viagem no tempo. É assim o amanhecer na pacata Enseada do Brito, em Palhoça.
A igreja construída pelos primeiros imigrantes açorianos, em 1750, se destaca e vigia, uma guardiã silente. Caminhando na localidade é fácil sentir o vento sussurrar histórias antigas a flâmula do Divino Espirito Santo em algumas janelas reforçando a identidade e a fé da comunidade. Ali também fica a casa onde viveu o historiador Gelsi José Coelho, o Peninha. Uma figura emblemática e fundamental para a valorização da cultura de nossa região.
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O mar acarinha a areia e os pés de quem aprendeu a viver com marés. Um local perfeito para a maricultura, atividade que ganhou espaço nos últimos anos. Neste amanhecer encontrei o maricultor Nino Azevedo organizando o material e a embarcação. Morador da localidade há 40 anos Nino foi uma das pessoas que introduziu a atividade na Enseada do Brito. “Aqui é um paraíso, quando vim morar na Enseada a estrada era de barro e o ônibus passava apenas duas vezes por dia. A enseada continua a mesma, tranquila, mas a maricultura foi uma mão na roda. Hoje o pessoal cria ostras mariscos, vieras e algas”, relatou. Segundo ele, a duplicação da BR 101 fez com que a localidade fosse redescoberta e mais pessoas viessem morar no bairro. “Quando Deus estava namorando ele desenhou a enseada”, completou.
Já em uma casa em frente à praça da igreja encontrei a aposentada Rosa Maria Serafim. Ela caminhava em direção a porta e com um olhar sereno e fala acolhedora Dona Rosa conseguiu transparecer o que sente pela Enseada do Brito. “Um local tranquilo e calmo, não temos medo de assalto, confusão, nada. Eu moro há 50 anos aqui e foi aqui que meus filhos nasceram. Todos que conheço que moram aqui são pessoas maravilhosas eu não trocaria esse lugar por outro e acho que vou morrer aqui”, finalizou com um sorriso encantador. E foi assim, com gosto de história, de paz e tranquilidade, que testemunhei o amanhecer na querida Enseada.
Confira as imagens:
Rendeiras figuras perpétuas de nossa cultura
São mãos habilidosas que entrelaçam os fios, entre alfinetes, em uma almofada charmosa e florida. A trama se molda com um som mágico de pequenas peças de madeira batendo uma contra a outra, os bilros. São mãos calejadas, não pela força, mas…