O prefeito de Criciúma, Vágner “Vaguinho” Espíndola (PSD), protagonizou uma experiência social que chamou atenção em todo o país. No dia 10 de julho, ele passou cerca de 20 horas caracterizado como pessoa em situação de rua, percorrendo praças, avenidas e bairros da cidade sem revelar sua identidade. A ação, mantida em sigilo até esta terça-feira, 29, teve como objetivo conhecer de perto a realidade enfrentada por quem vive nas ruas.
Durante a jornada, Espíndola dormiu ao relento, pediu comida e foi abordado por equipes de assistência social, que seguem protocolos de acolhimento. O momento mais marcante, segundo ele, foi quando passou pelos filhos sem ser reconhecido. “A invisibilidade dói. Senti na pele o que muitos vivem todos os dias”, declarou.
A experiência terminou quando o prefeito foi identificado por assistentes sociais no bairro Santa Bárbara. Ele afirmou que a vivência servirá de base para mudanças no atendimento à população de rua em Criciúma. Entre as medidas anunciadas estão o reforço das equipes de acolhimento, novas parcerias com instituições sociais, cursos de capacitação para geração de renda e a possibilidade de internação involuntária em casos extremos.
A ação repercutiu nacionalmente e dividiu opiniões. Para apoiadores, trata-se de um gesto corajoso e empático que pode melhorar as políticas públicas voltadas ao setor. Críticos, porém, apontaram que a iniciativa tem caráter midiático e não substitui investimentos estruturais.
Dados do governo catarinense mostram que o número de pessoas em situação de rua no Estado cresceu de 5.678 em 2021 para 9.989 em 2023, o que reforça a urgência do tema. Criciúma prepara agora um novo plano municipal de atendimento, que deve ser apresentado nas próximas semanas.
Veja aqui o vídeo da caracterização de Vaguinho e experiância vivida por ele nas ruas de Criciúma.