23 de julho de 2025
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Sob ameaça de sanções, Brasil avalia criar seu próprio GPS

Foto: Bruno Peres/Agência Brasil
Grupo técnico foi criado semanas antes de investidas de Donald Trump

Um grupo de especialistas vai estudar a viabilidade de o Brasil desenvolver seu próprio sistema de geolocalização por satélite, nos moldes do GPS, um empreendimento de altíssima complexidade e custo. O grupo técnico deve diagnosticar as eventuais consequências do país depender de sistemas de posicionamento, navegação e tempo controlados por outras nações.

O grupo, formado por representantes de ministérios, Aeronáutica, agências e institutos federais e da Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil, foi criado no início deste mês por uma Resolução do Comitê de Desenvolvimento do Programa Espacial Brasileiro. A medida estabelece um prazo de 180 dias, a partir de 14 de julho, para que o grupo entregue ao ministro um relatório com suas conclusões e sugestões.

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“O grupo ainda está se organizando”, explicou nesta segunda-feira (21), em entrevista à Agência Brasil, Rodrigo Leonardi, diretor de Gestão de Portfólio da Agência Espacial Brasileira (AEB). “Vamos procurar entender os gargalos, as dificuldades, os prós e contras de desenvolvermos um sistema destes”, acrescentou Leonardi. A empreitada complexa exigiria capacidade tecnológica para projetar, fabricar e lançar satélites capazes de transmitir sinais precisos do espaço para a terra.

Entre os sistemas navegação por satélite, o mais conhecido é o GPS (do inglês, Sistema de Posicionamento Global), operado pela Força Espacial dos Estados Unidos. “No Brasil, historicamente, priorizamos o debate acerca de outros aspectos espaciais, como a necessidade de termos satélites para monitoramento territorial. Agora, vamos discutir se queremos ou não ter nosso próprio sistema de navegação; o investimento necessário para fazê-lo e, se for o caso, a necessidade nacional de ter um sistema global ou um sistema regional, capaz de cobrir todo nosso território”, concluiu Leonard.

Ameaça de sanções

O grupo técnico foi criado uma semana antes do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar que, a partir de 1º de agosto, os produtos brasileiros pagarão uma tarifa de 50% para ingressar em território estadunidense. E duas semanas antes de as redes sociais serem tomadas pelo debate sobre a possibilidade de os Estados Unidos, em caso de uma guerra comercial, desligarem ou restringirem o sinal do GPS para o Brasil.

“Este é um típico caso de ruído surgido nas mídias sociais, capaz de gerar ansiedade. E uma coincidência, porque já vínhamos discutindo o tema há tempos, de maneira que a criação do grupo não teve nenhuma relação com o que aconteceu depois”, afirmou Leonardi.

Segundo Leonardi, a maioria das pessoas erra ao usar a sigla GPS como sinônimo de GNSS, do inglês Sistema Global de Navegação por Satélite, termo correto para se referir a qualquer conjunto de satélites usado para fornecer serviços de posicionamento, navegação e temporização global.

“O GPS é o sistema de propriedade dos EUA, mas há outros, globais, como o Glonass [russo]; o Galileo [União Europeia] e o BeiDou [ou BDS], da China. Estes têm cobertura global e podem ser utilizados, inclusive, no e pelo Brasil. E há também algumas nações que possuem sistemas regionais, como a Índia [NavlC] e o Japão [Qzss]”, apontou Leonardi.

           

             

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