Órgão lista sintomas de envenenamento e orienta consumidores e fornecedores
O Procon de Santa Catarina emitiu um alerta nesta terça-feira (30) para que a população fique atenta e denuncie qualquer mal-estar fora do padrão após o consumo de bebidas alcoólicas. A medida ocorre após cinco pessoas morrerem por contaminação por metanol, substância presente em bebidas adulteradas encontradas em São Paulo.
Segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), a distribuição de bebidas contaminadas pode estar ocorrendo para além do estado de SP. A Polícia Federal já investiga o caso e uma possível rede de distribuição. A Diretoria de Relações e Defesa do Consumidor também atua para identificar se há bebidas falsificadas contaminadas em Santa Catarina.
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Segundo nota divulgada pelo MJSP, os casos “apresentam padrão inédito e diverso” justamente por afetar diferentes tipos de bebidas, como gin, uísque, vodka, entre outros. A intoxicação por metanol, além de risco sanitário coletivo, caracteriza emergência médica de extrema gravidade.
“Na hora de consumir algum produto, verifique a embalagem ou se há erros de português no rótulo. Isso são indícios de bebidas falsificadas. Tendo qualquer sintoma, além de procurar um médico, denuncie ao Procon/SC. Estaremos recebendo essas informações para apurar todos os casos”, afirma a delegada Michele Alves, diretora do órgão, que deve treinar fiscais para identificação e combate a bebidas alcoólicas falsificadas a partir de novembro.
Alerta ao consumidor
O Procon/SC alerta ainda que o metanol não possui cheiro, cor e também não altera o sabor da bebida, o que o torna muito difícil de ser percebido. Além de tudo, não é recomendável fazer “testes caseiros” para identificar a substância (cheirar a bebida, por exemplo), o que só é possível de ser feito em laboratório. Contudo, há sinais de alerta ao consumidor:
- Bebidas alcoólicas com preços muito abaixo do mercado;
- Ponto de venda informal;
- Embalagens com rótulo mal impresso, torto ou com erros de português;
- Ausência de CNPJ, lote ou data de validade;
- Lacre violado;
- Vidro com rebarbas;
- Turvação ou alteração de cor em bebidas que deveriam ser transparentes, como vodka e gin, por exemplo.
Por fim, é importante que o consumidor fique atento aos sintomas de envenenamento por metanol, que podem começar entre 6 e 12 horas após a ingestão:
- Visão turva e alterações visuais;
- Dor de cabeça intensa;
- Náusea;
- Vômito;
- Dor abdominal;
- Insuficiência respiratória;
- Sonolência e rebaixamento da consciência.

Orientações ao fornecedor
Uma nota técnica enviada pela Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) orienta os donos de bares, restaurantes, casas noturnas, hotéis, organizadores de eventos, mercados, atacarejos, distribuidoras, plataformas de comércio eletrônico e aplicativos de entrega quanto à prevenção e resposta a riscos de adulteração de bebidas com metanol:
- Comprar bebidas exclusivamente de fornecedores formais, com CNPJ ativo, com contrato/comprovantes e documentação comprobatória de regularidade;
- Toda compra deve ter Nota Fiscal válida, com conferência da chave de 44 dígitos no portal oficial;
- Conferir marca, produto, teor alcoólico, volume e número de lotes indicados na nota com os impressos em rótulos e caixas;
- É proibido receber garrafas com lacre/rolha violados, rótulos desalinhados ou de baixa qualidade, ausência de identificação do fabricante/importador (com CNPJ e endereço) e lotes ausentes, repetidos ou ilegíveis;
- Transvazar ou recondicionar bebidas é prática proibida e aumenta o risco de fraude – as garrafas devem ser quebradas quando vazias;
- Instituir procedimento operacional de conferência com dupla checagem presencial: abertura de caixas na presença de duas pessoas; registro de rótulos e lotes; anotação de data, quantidade, fornecedor, número e chave da NF-e;
- Nunca comprar de vendedores informais, sem documentação fiscal e com preços muito abaixo do mercado.
Se o fornecedor identificar algo suspeito, ele devem interromper imediatamente a venda do lote envolvido, registrar horário e responsáveis, preservar as evidências e guardar uma amostra para perícia.
Em caso de intoxicação ou suspeita, denuncie
Ainda de acordo com o Procon/SC, além dos casos registrados, a possibilidade de existirem casos não notificados é alta. Por isso, é fundamental a colaboração do consumidor – se desconfiar da ingestão de metanol em alguma bebida, acione imediatamente:
- Procon/SC: 48 3665 9046 – atendimento virtual da Catarina;
- Disque-Intoxicação da Anvisa: 0800 722 6001;
- Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Santa Catarina: 0800-643-5252 (emergência) ou (48) 3721-9083;
- Centro de Controle de Intoxicações de São Paulo (CCI): 0800-771-3733.
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